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Mostrando postagens de 2012

Incentivos: Ajudando a entender o mundo e a criar seus filhos

Se eu fosse professor de Introdução à Economia em qualquer faculdade, com certeza daria uma aula inaugural falando somente sobre incentivos. Se é verdade que, como diria a música, Money Makes the World Go Round, e eu particularmente acredito piamente nisso, o dinheiro nada mais é que e expressão física dos incentivos. Voltando à minha aula inaugural, eu tentaria explicar que para tudo, na economia, na política ou até mesmo na vida deve se perguntar: o que fulano ou siclano ganha fazendo isso? Quais os incentivos para adotar determinada política? Se o objetivo é entender o que acontece ao redor, essa pergunta deve estar sempre em mente. Em um livro bastante interessante chamado Why Nations Fail, o autor argumenta que, o que torna um país rico ou pobre não é sua localização geográfica, seus recursos naturais, sua religião. O que faz com que uma nação seja próspera são os incentivos que seus habitantes tem para enriquecer, as instituições públicas que garantem seus direitos. Uma naç

Eu acredito em Papai Noel

Nada mais clichê nessa época de Natal que comerciais e textos falando sobre o Espírito de Natal... Geralmente adultos falando que ainda acreditam na magia do Natal, Papai Noel, e tudo mais. O fato é que, conforme vamos crescendo, vamos deixando de acreditar em certas coisas, perdendo a inocência, ficando maliciosos.  Um por um nossos heróis vão morrendo... Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Super Homem (que ainda continuo achando um bundão a serviço do governo americano, ainda bem que existe o Batman rs). Deixamos de crer na bondade alheia, aprendemos que nem sempre vão nos ajudar, e que sempre haverá alguém desejando, veladamente ou nem tanto, o nosso fracasso.  Aquilo que fomos um dia, a nossa essência, vai se perdendo, ficando escondida depois de tantos tropeços. E não tem como ser muito diferente, o jogo é duro e temos que ser fortes pra colocar comida na mesa. Não existe espaço para fracos que só sabem se queixar de como a vida foi dura com eles. Para esses, o mundo os c

Como a FIESP é boazinha

Aí vem o Paulo Skaf na TV, dizendo que a FIESP se embrenhou há dois anos em uma sangrenta batalha pela diminuição nas tarifas de energia elétrica, e graças ao seus esforços e do povo brasileiro, a Dilma editou uma MP baixando as tarifas. E os lobistas das companhias elétricas, esses crápulas, estão pressionando o Congresso a derrubar essa MP, verdadeiros vilões da nação! E, conclama Paulo Skaf, o povo deve ir às ruas, à Internet, protestar e pressionar seus deputados e senadores. Nem tanto ao Céu, nem tanto ao Inferno! Sim, se as tarifas estavam indevidamente mais altas, as mesmas devem mesmo ser abaixadas. E sim, o povo deve protestar sempre, não só nesse caso, por seus direitos. Mas, deve-se analisar as intenções da FIESP com essas propagandas pagas de rádio e TV. Primeiro, Paulo Skaf não é o paladino da justiça.... ele, assim como os lobistas, está defendendo o seu lado, de ter energia mais barata para as indústrias. Além disso, como figura com pretensões políticas, quer esta

Tabagismo caiu com o aumento nos impostos? Correlação ou causalidade?

Saiu a notícia em diversos sites, como por exemplo no link abaixo: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/em-20-anos-leis-antifumo-reduziram-o-tabagismo-no-brasil-pela-metade E mais uma vez, muito provavelmente por interesse de quem financiou a pesquisa, se ignora a diferença entre  correlação e causalidade. O que o modelo matemático descrito na notícia indica na verdade é que há uma correlação estatística entre a queda nos fumantes e o aumento nos impostos. Isso absolutamente não quer dizer que o aumento dos impostos causou a queda. Outros fatores da política governamental de combate ao cigarro podem ter causado a redução no número de fumantes, como por exemplo a proibição de cigarros em locais fechados, e precisamos ficar atentos ao ler estudos e pesquisas estatísticas. Para se mostrar que os impostos causaram mesmo a queda no tabagismo, um experimento que poderia ser conclusivo seria: pegar duas cidades limítrofes, uma com o aumento dos impostos, e outra não, e comparar

Quando se começa a envelhecer?

A velhice não chega com os cabelos brancos, com as marcas no rosto, com as pernas que não obedecem mais... Não vem com a falta de fôlego, nem com as dores nas costas. A gente começa a envelhecer quando não vê mais graça nas coisas, quando nosso dia fica tão cheio de compromissos e contas a pagar que não temos mais tempo de brincar e dar risada dos pequenos prazeres da vida. Ficamos velhos quando começamos a desconfiar de tudo e de todos, a achar que tudo tem um motivo por trás... Quando percebemos que existe maldade e segundas intenções por aí ... Ganhamos uma porção de anos quando abandamos aqueles nossos sonhos de infância, de ser um jogador de futebol, um bombeiro. Quando olhamos a rua de dentro do escritório, e pensamos como seria bom sair, chamar os amigos, e brincar no sol... Quando no rádio do carro para de tocar músicas e começam a falar das notícias e do trânsito, e trocamos cantar bem alto por falar de negócios no celular. Paramos de correr na chuva, para carregar

Seu voto não é consciente, ou democracia não é o governo do povo

Mais uma eleição se passou.... pelo menos o primeiro turno. E nesta, mais ainda que nas mais recentes, muito pouco se falou sobre propostas de governo, de onde vai sair o dinheiro para as promessas, de quem vai se precisar de apoio para governar.  Mas isso não é por acaso. O homem ou mulher padrão, independente do nível social ou da educação, não vota mesmo analisando esses aspectos. O que ocorre é o seguinte: você simpatiza com algum candidato, seja porque ele é parecido com você, seja porque ele conta boas histórias, que fazem sentido, porque ele se mostra seguro e bem ensaiado, ou qualquer motivo desses. Aí seu cérebro, mais especificamente o lado esquerdo, se põe pra funcionar e buscar uma justificativa para sua escolha. E você até se dá bem,   explicando que votou nele por sua proposta da educação, saúde, etc. Mas na verdade, sua escolha  foi inconsciente, as explicações vieram só depois. E sim, os políticos já sabem disso... E investem pesado em marqueteiros e propaganda.

Macedando

Abre parênteses... O vovô Paulo tinha um cavalo chamado Macedo. Macedo era um cavalo muito bacana, mas tinha um pequeno defeito. Não podia ver outro passar correndo que queria competir (e ganhar) do ousado equino. Daí veio o verbo "macedar", que na linguagem local quer dizer se matar pra ganhar dos outros, independente  do esporte ou da atividade... Fecha parênteses... A pessoa vai então pra fisioterapia, 40 dias depois de operar o joelho. E lá encontra mais três infortunados que tiveram o mesmo problema que ele. Estão lá os três, dividindo experiências, trocando ideias sobre a cirurgia e recuperação. Alguns já depois de 3 meses de cirurgia... Mas ele não... ele vê os outros fazendo seus exercícios, e quer fazer mais... Quer alongar mais, fazer mais repetições, usar mais peso, dobrar mais a perna, No outro dia, aquela dor muscular.... pensa consigo mesmo, vou pegar mais leve. Mas lá estão os três de novo, então ele é obrigado a forçar tudo de novo. Macedando.

O dia mundial sem carro, na visão de um economista

Dia Mundial sem carros, um apelo para os motoristas deixarem os carros em casa e utilizar o transporte público. Em um cidade saturada como São Paulo, não precisa ser nenhum estudioso ou técnico para saber que não cabem mais carros, que logo a cidade pára de vez. Em tempos de campanha política, é interessante ver as propostas, pregando o investimento em transporte público, o pedágio urbano, o aerotrem. Mas do ponto de vista econômico, como seria resolvida a questão do transporte? Basta o transporte público? Ou é necessário um incentivo extra? Primeiramente, o óbvio: para que as pessoas deixem os carros em casa, é preciso ter opções. Em São Paulo, o metrô já passou da fase da saturação. Para quem acha que não, basta tentar pegar a linha vermelha até as 9:00 da manhã, ou dar uma olhada na Estação Sé entre as 17:00h e as 19:00h, chega a ser desumano. Dessa forma, antes de qualquer coisa deve-se dar opções para quem não tem ou prefere deixar o carro parado: linhas de metrô, de trem

Quer dizer que estou muito velho?

Então você está querendo me dizer que estou muito velho, é isso? Que não vou conseguir voltar, que fulano e siclano que você conhecem tiverem isso e nunca mais conseguiram? Você, que não me conhece, vem dizer que eu não sou capaz? Que daqui a 6 meses vou te dar razão? Vou te contar o que vai acontecer de hoje até seis meses. Enquanto você estiver tomando seu café e fumando sem parar, estarei me cuidando. Enquanto estiver enchendo a pança na hora do almoço e reclamando que tem que ir andando até o restaurante, eu vou estar na academia. Enquanto estiver, de noite, enchendo a cara de cerveja e fumando mais ainda, vai me ver passar na rua correndo.  E daqui a seis meses, meu amigo, você vai continuar do jeito que é, sedentário. E eu vou estar mais velho sim. Mais velho, mais rápido, indo mais alto, sendo mais forte. Citius, Altius, Fortus. Meu caro, velho é você, de espírito. Eu ainda sou uma criança!

Seu Barbosa

Jesoino Barbosa, o Seu Barbosa, veio ser guarda da rua depois de cuidar um tempão da Nagib Izar, nossa eterna rival ( veja post aqui ). Até por conta disso, foi recebido com muita desconfiança. Ainda mais porque vivia falando bem do Junior, que tinha feito peneira no Corinthians. Com o tempo, foi conquistando nossa confiança... Era comentarista rotineiro de nossas pelejas na rua, plantava milho em seu terreno, tinha suas histórias sobre perseguição a bandidos (nas duas únicas vezes que houve algum assalto na rua, ninguém soube onde ele estava). Vivia falando dos arranhões que fez na mão por conta de uma caçada às onças no lixão, e sobre o dia em que o Pelé foi fazer teste no Corinthians, com suas "percatinhas"e nada mais, e como foi botado pra fora de lá.  Desconfio que um dos maiores desgostos da vida dele foi quando o futebol deixou de ser o esporte monopolista na rua, e passamos a jogar também taco e o "jogo da redinha" (fôlei). Quando o Gui ganhou o

Banzo Olímpico

Acordou cedo, para trocar o filho e levá-lo para a escola. Assim que levantou, ligou a TV e não encontrou oito canais passando esportes. Não achou nem judô, nem boxe, nem taekwondo... Nada de natação, atletismo ou Gabão x Uzbequistão no badmington. Chegou no escritório, ávido sobre as notícias e o quadro de medalhas. Foi logo ligando a internet, para acompanhar tudo ao vivo, já pensando na loucura que seria mais uma semana trabalhando e assistindo as Olimpíadas ao mesmo tempo. Não achou nada. No almoço, não estava mais passando na TV do restaurante por quilo o vôlei nem o handebol. Ninguém reclamando do vento, da falta de apoio, ou dos cavalos nos pátios das casas. Não se imaginaria mais um atleta da natação ou da maratona, treinando na academia enquanto os outros estavam comendo e engordando. Nada mais de reuniões adiadas para ver a disputa de bronze do tiro com arco... Ou as reuniões inventadas para assistir o ciclismo de estrada. À noite, não encontrou as mesas redondas,

Feliz Dia dos Pais!

Lembro-me, quando éramos novos, de esperar meu pai voltar do trabalho pra jogar bola no quintal com a gente. Ele tinha sido goleiro, e ficávamos tentando fazer gol nele.... Chegava cansado, não sei quantos empregos, e ainda achava disposição pra brincar com a gente. Quando a gente estava jogando bola na rua, ele ficava asssistindo, da janela de cima... Lá no fundo, tentava jogar melhor pra impressioná-lo. Trabalhava o dia todo, fazia plantões nos finais de semana, Natal, Ano Novo, pra poder dar pra gente tudo do melhor... presentes, roupas, comida, e principalmente, uma boa educação. Nas datas festivas, me levava na fábrica das bolas de capotão, não precisava mais que isso, era tudo que queria. Por educação, entenda-se boas escolas, curso de inglês, mas, principalmente, bons exemplos. Ele nos deu todas as "ferramentas"para sermos homens bem sucedidos, de bem.  Todos os outros meninos da rua achavam meu pai bacana, divertido. E como gostávamos disso, tínhamos orgu

O país do futebol nas Olimpiadas

Ademar Ferreira da Silva em ação Em todas as edições das Olimpíadas, a história é mais ou menos a mesma. Listam-se todos os atletas e modalidades com chances de medalhas, mas se esquecem que são chances de medalhas, e não medalhas certas. Esquecem-se que para cada Cesar Cielo, ou Robert Scheidt, ou Leandro Guilheiro, existem dezenas de equivalentes em outros países, tão ou mais competentes, lutando pelo mesmo objetivo, que é a medalha. E invariavelmente ocorrem algumas frustrações, que são imediatamente classificadas como "amareladas" ou fracassos.  A pergunta é: quantos dos que estão descendo a boca no volei feminino, no basquete feminino, no Diego Hipolito, acompanham os esportes? Quantos já foram no ginásio assistir uma apresentação deles? Quantas TVs transmitem os jogos? Quantos jornais dão destaque ao boxe, ao judô? É sempre o tal do futebol, o esporte bretão. O futebol dos atletas que ganham fortunas incompatíveis com um país como o nosso. Atletas

Sonhos... ou o recado que quero deixar a meus filhos

Se eu pudesse deixar apenas um conselho para os meus filhos sobre seu futuro profissional, deixaria na verdade três. O primeiro na verdade vale para tudo na vida, e não poderia ser mais clichê: Persigam seus sonhos! Nunca deixem que ninguém diga que algo é impossível, que não dá dinheiro, que nunca ninguém conseguiu fazer nada parecido antes. Se esforcem ao máximo pra conseguirem o que querem, nem que seja pra depois perceber que não deu mesmo, mas que pelo menos deram seu melhor.  Meu sonho era ser jogador de futebol e conhecer muito lugares viajando pra jogar. Consegui viajar bastante pra jogar com o handebol, não virei um craque nem jogador de seleção, mas me diverti horrores tentando. E para todas as profissões, há lugar e dinheiro para profissionais capacitados, interessados, bons naquilo que fazem e apaixonados. Tenho tremendo orgulho de meus irmãos, e de amigos que amam seus trabalhos, e que ralaram muito pra chegar onde estão.E orgulho de quem está encontrando seu c

Por que não existem bancos na França

John Law ... esse é o nome do cara, um dos mais perspicazes economistas da História. Nascido na Escócia, em 1671, era exímio jogador, dominando como poucos a arte de cálculo das probabilidades. Desde pequeno foi educado na arte das finanças, assumindo os negócios de seu pai com apenas 14 anos. Mas largou tudo para ir para Londres, ganhar uma verdadeira fortuna no jogo, e para perseguir seu segundo vício, as mulheres. E foi em Londres que se envolveu em um duelo por uma bela donzela, ou nem tanto. Matou seu oponente, mas teve que fugir para a França, acusado de assassinato. Na França, encontrou um país estagnado, com escassez de moeda e de trocas comerciais. E teve a oportunidade de colocar em prática seu famoso Sistema. Segundo Law, o dinheiro em si não constituia riqueza, e era um mero modo de troca. Por conta desse ideia, e por sua amizade com Felipe, o regente na época, assumiu as dívidas da França e começou um banco, que emitia papel com valor de dinheiro, em troca da confi

O dia que Lula matou um adolescente idealista

Ano de 1989. Estava no 3o colegial, estudando em um colégio de padres extremamente rigoroso, onde o ato de rebeldia mais comentado de nossa turma havia sido não subir para a aula depois de um bedel ter chamado um aluno de "neguinho". Nesse contexto, aconteceria a primeira eleição para presidente depois de muitos anos. O voto era opcional para cidadãos entre 16 e 18 anos. Eu, com 17 anos, fui obviamente tirar meu título de eleitor. Ainda era idealista, achando que podia mudar o mundo, todos esses clichês. E votei no Lula, um ex-operário que pregava o socialismo, a igualdade de classes. Pertencente ao PT, partido fundado por trabalhadores e intelectuais, que se orgulhava de ser um partido diferente, ético. Fiz boca de urna, debatia política na escola, fui ser fiscal da contagem de votos.  A derrota para Collor, e as condições em que a mesma ocorreu, com o tal debate final e a suposta edição tendenciosa da TV, só reafirmaram minha simpatia por Lula e pelo PT. Três el

Todo mundo tem seu outro lado

Já dizia o comercial do BlackBerry, todo mundo tem seu outro lado, aquele que não se vê no dia a dia. O meu outro lado é ser um trabalhador, todo dia no escritório... O meu lado "A" é esse abaixo:

São todos uns corruptos, menos nós mesmos

No trânsito, andamos pelo acostamento quando a estrada está lotada, oferecemos uma coisinha ao guarda para aliviar a multa, procuramos uma auto escola que dá um jeito naqueles pontos a mais na carteira...Cobramos dos motoristas uma taxa pra cuidar do carro deles na rua... Compramos produtos piratas, damos um jeito de sonegar um imposto ou outro, fazemos um gato pra ver TV a cabo, ou pagamos o instalador pra puxar aquele ponto extra esperto... Damos uma caixinha pro garçom daquela festinha nos atender de forma, digamos, mais atenciosa. Se não temos reserva no restaurante, chamamos o maitre de lado para oferecer um cafezinho... Em nossas construções, pagamos ao fiscal para fazer vista grossa praquele andar irregular, aquele puxadinho... Se somos empresários de grandes empreiteiras, contribuímos com as campanhas de todos os candidatos, para depois poder cobrar algum tipo de favorecimento... Desmatamos e depois queremos anistia. Se nos pegarem, não custa nada chamar o cara do I

Top Sundae: onde a Neurociência encontra a Economia

Nossos antepassados passavam por maus bocados para conseguir o que comer. Vivendo lá nas cavernas, sair pra caçar era sempre uma aventura de onde nem sempre se voltava com vida, e não havia lá muitos vegetais para serem colhidos. Nesse contexto, quando se conseguia caçar um apetitoso e gordurento animal, a estratégia era comer até não poder mais. Os magrinhos que possuíam o gene da saciedade rápida já haviam sido deixados de lado pela seleção natural, não era vantagem comer só um bocadinho, dado que nunca se sabia quando viria a próxima refeição. E como na época não havia freezer, microondas e muito menos tupperware, o esquema era comer, comer e comer. Nosso cérebro mandava o sinal: "Comam mais!", e o corpo guardava o excesso na forma de gordura, pros tempos ruins que poderiam vir. E dessa forma, evoluímos. As eras foram passando, a alimentação deixou de ser tão crítica. Mas nosso cérebro continuo assim, mandando comermos mais e mais gordura. Quando o McDonald

Breve Diálogo pra Sempre

- Vou embora, tchau! - Espera, te acompanho até seu carro. - Tá bom, obrigada. Ele há tempo já tinha gostado dela, chamado ela pra sair. Ela, comprometida, não ia rolar. Chegaram ao carro, ela tentou beijá-lo umas duas vezes antes dele perceber. E foi o primeiro beijo dele. Dias depois, na porta da biblioteca: - Eu te amo. - Você é louco! Muitos anos depois, ele a ama mais que nunca. Ela já não acha ele louco.

Quadro Décadas: Uma Retrospectiva Esportiva

Ao chegar aos quarenta anos de idade, muita coisa passa pela nossa cabeça, vemos o quanto a vida passa rápido, e coisa e tal ... E a gente começa a tentar se lembrar do que estava fazendo quando fizemos 10, 20, 30 anos. Sendo assim, segue minha sensacional retrospectiva esportiva dos anos em que eu fiz uma, duas e três décadas de aniversário. 1982. Eu tinha 10 anos, estudava na 4a série do Colegio Agostiniano São José, meu irmão mais novo acabara de nascer. Definitivamente, esse foi o ano da Copa do Mundo da Espanha! Por todo o bairro, as ruas ficaram pintadas com as cores do Brasil, com o Laranjito, mascote da Copa. Em minha rua colocamos bandeirinhas verde e amarelas. Foi a Copa da melhor seleção brasileira que já vi jogar, a única que sei a escalação até hoje (Valdir Peres, Leandro, Oscar, Luizinho e Junior; Cerezo, Falcão, Socrates e Zico; Serginho Chulapa e Eder). O resultado todos sabem, foi aquela tristeza, a tragédia do Sarriá. Mas também foi a Copa do álbum de figuri

Porque médicos precisam ser bons em estatística

Entre tantas disciplinas de Anotomia, Fisiologia, etc. e tal, está lá na grade horária dos cursos de medicina a Estatística. Nos cursos de pós-graduação, tome mais números e estatísticas para os futuros médicos. Para alguns essa necessidade deve parecer óbvia, afinal muitos dos avanços da Medicina, novos medicamentos, são testados e seu sucesso determinado justamente por métodos estatísticos. Mas além disso, o conhecimento da Estatística pode fazer a diferença entre dar ou não uma péssima notícia a um paciente na hora do resultado de um exame. Em cartaz, a Probabilidade Condicional. Vamos supor que o Sr. José começa a emagrecer rápido, fica doente, e no hospital mandam ele fazer um teste de HIV. O Sr. José é um homem heterossexual, de 69 anos, morador do Ceará. Ao buscar o exame, o Sr. José é informado que seu resultado deu positivo, e que a probabilidade de um falso positivo é de 0,1%. Conclusão do médico: O Sr. José tem probabilidade de 99,9% de estar infectado.Certo???? Não,

A difícil arte de se criar uma playlist

Tudo começou com o rádio-relógio e um gravador antigo de fitas cassete. A gente ficava ouvindo a Rádio América, e gravando as músicas direto no gravador, com todos os sons ambientes inerentes ao processo. E tinha que prestar uma atenção danada pra não cortar a música, pegar desde o começo, e cortar o locutor no final. Depois vieram os 3 em 1da Gradiente, e a coisa toda ficou mais fácil. Bastava colocar lá o disco, ou deixar no rádio, e apertar o REC. Mas a montagem das fitas com as "Melhores do Fulano" ficou boa mesmo quando vieram os CDs, e consequentemente as locadoras de CDs. Aí era uma maravilha: alugavam-se vários CDs de sua banda predileta, comprava-se um fita TDK (se a banda fosse boa mesmo, valia o investimento em uma TDK preta), e aí era "só" ficar fazendo as contas pra ver quantas músicas cabiam em cada lado da fita, balancear os lados pra não deixar um lado muito legal e outro muito chato, montar a capinha bacana pra fita.Ainda hoje tenho uma fita

Estimativas do PIB, previsão do tempo e os tocos que você leva na balada.

  Como diriam os americanos, first things first : Economia é uma ciência humana, e como tal, não existem fórmulas mágicas onde é só colocar alguns dados que sairão de lá, bonitinhos, quanto vai ser a taxa de juros no final do ano, quanto vai crescer o PIB, ou qual será o desemprego. Economistas, esses seres tão bons em explicar o que já aconteceu, usam modelos para tentar prever essas variáveis. E modelos tentam capturar a realidade,  usando o máximo de variáveis que se possam medir. Mas, como a Economia depende dos homens e de suas decisões políticas ou não, e como nós homens somos tudo menos racionais na hora de tomar decisões, tudo pode acontecer, como diria o clichê. Um resfriado do presidente da China, um tropicão do Obama jogando basquete, e pronto, já despencam as bolsas, sobe o dólar, essas coisas todas. Quando se prevê o PIB do fim do ano, por exemplo, só saber-se-á (olha a mesóclise rs) se o modelo está bom ou não no final do ano, e ajustes no modelo utilizado só poder

Na F1 o mundo dá voltas, nem sempre literalmente

Em 1998, GP da Australia, Mika Hakkinen e David Coultard corriam pela McLaren. Por um erro da equipe, Hakkinen entrou nos boxes sem a equipe estar preparada, o que lhe custou a primeira posição. Por vontade própria, segundo suas próprias palavras, Coultard cedeu a posição na pista para Haikkonen. Verdadeiras intenções à parte, vejam resposta do nosso querido Rubens Barrichello quando perguntado sobre a atitude de Coultard. A entrevista foi feita por Flavio Gomes, cujo blog está entre meus favoritos: Pergunta - E o Coulthard deixar o Mika ganhar? Barrichello  - Ridículo. Quem deveria ganhar era o Coulthard. Houve um erro de comunicação e o Mika entrou nos boxes. Azar dele. Não existe acordo como esse. Vale para a primeira curva. Depois seja o que Deus quiser. Esse tipo de coisa faz do esporte uma coisa feia. Apenas alguns anos mais tarde, na Austria em 2002 ... bom, acho que todos lembram rs...

Carne Vermelha e Câncer

  Notícia publicada hoje no site folha.com, com a seguinte chamada:  Risco de morte aumenta com consumo regular de carne vermelha Como eu já havia escrito em post anterior , é comum na imprensa usar-se títulos chamativos para pesquisas e estudos científicos que, na verdade, indicam apenas correlação entre os fatores estudados.  Esse caso da carne vermelha é outro exemplo. Acompanharam-se milhares de pessoas que comiam carne vermelha todos os dias, e foi verificado que esse grupo tem maior probabilidade de morrer de câncer e problemas no coração que a média da população. O fato é que, o que se mostrou foi apenas a correlação entre pessoas que comem carne vermelha e aumento no número de mortes por essas doenças, e não a causalidade. Pode ser que outros fatores desse grupo tenham causado a morte, outros tipos de comportamento que pessoas que comem carne vermelha possuem. Conjecturando, pode-se pensar que pessoas que comem carne vermelha todos os dias têm maior poder aq