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O país do futebol nas Olimpiadas

Ademar Ferreira da Silva em ação



Em todas as edições das Olimpíadas, a história é mais ou menos a mesma. Listam-se todos os atletas e modalidades com chances de medalhas, mas se esquecem que são chances de medalhas, e não medalhas certas. Esquecem-se que para cada Cesar Cielo, ou Robert Scheidt, ou Leandro Guilheiro, existem dezenas de equivalentes em outros países, tão ou mais competentes, lutando pelo mesmo objetivo, que é a medalha.

E invariavelmente ocorrem algumas frustrações, que são imediatamente classificadas como "amareladas" ou fracassos. 

A pergunta é: quantos dos que estão descendo a boca no volei feminino, no basquete feminino, no Diego Hipolito, acompanham os esportes? Quantos já foram no ginásio assistir uma apresentação deles? Quantas TVs transmitem os jogos? Quantos jornais dão destaque ao boxe, ao judô? É sempre o tal do futebol, o esporte bretão.

O futebol dos atletas que ganham fortunas incompatíveis com um país como o nosso. Atletas que sim, treinam duro, mas não mais que todos os demais que estão lá competindo, metendo uma raça, tirando dinheiro do próprio bolso muitas vezes. 

E de quem é a "culpa"? Dos jogadores de futebol? Não, eles estão fazendo o deles, e ganhando por isso. Das TVs e mídia em geral? Em partes sim, deixando de cobrir de forma decente outros esportes, eles deixam de fomentar o interesse do público em geral, inibindo estruturas de patrocínio mais profissionais. Nossa? Definitivamente! Como consumidores que somos, ao parar tudo para assistir o futebol no plin-plin, estamos dando toda o retorno que eles precisam pra continuar cobrindo somente futebol. 

Que tal começar a pedir na TV o basquete, o vôlei, o handebol, atletismo, etc. ? 

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