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Banzo Olímpico



Acordou cedo, para trocar o filho e levá-lo para a escola. Assim que levantou, ligou a TV e não encontrou oito canais passando esportes. Não achou nem judô, nem boxe, nem taekwondo... Nada de natação, atletismo ou Gabão x Uzbequistão no badmington.
Chegou no escritório, ávido sobre as notícias e o quadro de medalhas. Foi logo ligando a internet, para acompanhar tudo ao vivo, já pensando na loucura que seria mais uma semana trabalhando e assistindo as Olimpíadas ao mesmo tempo. Não achou nada.
No almoço, não estava mais passando na TV do restaurante por quilo o vôlei nem o handebol. Ninguém reclamando do vento, da falta de apoio, ou dos cavalos nos pátios das casas. Não se imaginaria mais um atleta da natação ou da maratona, treinando na academia enquanto os outros estavam comendo e engordando.
Nada mais de reuniões adiadas para ver a disputa de bronze do tiro com arco... Ou as reuniões inventadas para assistir o ciclismo de estrada.
À noite, não encontrou as mesas redondas, não de futebol, mas do pentatlo moderno, das marmeladas contra o Brasil varonil, das zebras no hoquei sobre a grama. 
Agora só daqui a quatro anos. Que tristeza!

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