Se eu fosse professor de Introdução à Economia em qualquer
faculdade, com certeza daria uma aula inaugural falando somente sobre
incentivos. Se é verdade que, como diria a música, Money Makes the World Go
Round, e eu particularmente acredito piamente nisso, o dinheiro nada mais é que
e expressão física dos incentivos.
Voltando à minha aula inaugural, eu tentaria explicar que para
tudo, na economia, na política ou até mesmo na vida deve se perguntar: o que
fulano ou siclano ganha fazendo isso? Quais os incentivos para adotar
determinada política? Se o objetivo é entender o que acontece ao redor, essa
pergunta deve estar sempre em mente.
Em um livro bastante interessante chamado Why Nations Fail,
o autor argumenta que, o que torna um país rico ou pobre não é sua localização
geográfica, seus recursos naturais, sua religião. O que faz com que uma nação
seja próspera são os incentivos que seus habitantes tem para enriquecer, as
instituições públicas que garantem seus direitos. Uma nação governada de forma
ditatorial, onde as riquezas geradas pelo povo serão fatalmente expropriadas,
não irá prosperar justamente porque seus habitantes, produzindo muito ou pouco,
continuarão na pobreza, ou seja, não terão incentivos para serem mais
produtivos.
Os regimes comunistas até conseguiram por um tempo canalizar
as forças produtivas para áreas de alta tecnologia, mas como se tratava uma
situação totalmente artificial, acabou entrando em colapso.
O mesmo raciocínio serve, ou melhor, deve ser aplicado em
nossa economia e política do dia-a-dia. Por que o Skaf aparece na TV falando
sobre a queda de energia, porque ele está preocupado com o povo? Por que hoje
em dia um produto é comprado em 10 vezes no mesmo valor que seu valor à vista?
Será que não tem mais gente ganhando dinheiro com o parcelamento, de forma que
não é mais interessante vender à vista?
Outro ponto, este bastante polêmico, é sobre oferecer
incentivos premiando alguns comportamentos das crianças. De novo, cito um livro
muito ilustrativo chamado Parentconomics, sobre as experiências de um pai
economista.
Apesar de provavelmente os educadores torcerem o nariz para
esse tipo de comportamento, no mundo em que vivemos onde tudo se baseia nos tais
incentivos, não há problema algum em sem premiar as crianças se determinados
objetivos forem alcançados, ou se penalizar materialmente se algo combinado não
for cumprido. O exemplo clássico são as notas escolares: qual o problema de, se
a criança tirar notas maiores que um valor estipulado, ser premiada com um
brinquedo, ou um aumento na mesada? Ou será que a simples promessa de se obter
o máximo desempenho é suficiente? Não seria uma analogia com as grandes
empresas, onde os bônus são prática comum?
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