Dia Mundial sem carros, um apelo para os motoristas deixarem os carros em casa e utilizar o transporte público. Em um cidade saturada como São Paulo, não precisa ser nenhum estudioso ou técnico para saber que não cabem mais carros, que logo a cidade pára de vez.
Em tempos de campanha política, é interessante ver as propostas, pregando o investimento em transporte público, o pedágio urbano, o aerotrem. Mas do ponto de vista econômico, como seria resolvida a questão do transporte? Basta o transporte público? Ou é necessário um incentivo extra?
Primeiramente, o óbvio: para que as pessoas deixem os carros em casa, é preciso ter opções. Em São Paulo, o metrô já passou da fase da saturação. Para quem acha que não, basta tentar pegar a linha vermelha até as 9:00 da manhã, ou dar uma olhada na Estação Sé entre as 17:00h e as 19:00h, chega a ser desumano. Dessa forma, antes de qualquer coisa deve-se dar opções para quem não tem ou prefere deixar o carro parado: linhas de metrô, de trem, ônibus confortáveis, segurança. Mas isso tudo é o óbvio, todos sabem, todos dizem.
Mas, supondo que o transporte público fosse de primeira classe, que não houvesse aperto, que a pontualidade fosse britânica. Mesmo assim, deixaríamos o carro em casa? Apresento a vocês, o conceito da externalidade.
Externalidade é quando seu ato de consumir ou ter algo gera efeitos nos demais, de forma positiva ou negativa. Por exemplo, se você é dono de uma lanchonete, e resolvem abrir uma faculdade do outro lado da rua, isso vai gerar uma externalidade positiva na sua lanchonete: o movimento vai aumentar, você vai ganhar mais dinheiro.
Mas e se a externalidade for negativa? Quando você, todo feliz, compra um carro, mesmo sem saber está gerando uma externalidade negativa para os outros motoristas. Um carro a mais na rua vai gerar mais congestionamentos, menos vagas de estacionamento, mais consumo de combustível e mais tempo para os demais chegarem ao trabalho.
Apesar disso, e mesmo levando em conta a hipótese da alternativa pública de qualidade, muita gente vai continuar saindo de carro todas as manhãs. Usar o carro é mais cômodo, mais confortável, o cidadão pode ir tranquilo, com o ar ligado, ouvindo sua música em seu MP3... E enquanto essas vantagens continuarem superando o incômodo dos congestionamentos e do custo, todos vão continuar indo de carro. Não adianta fazer campanhas, propagandas na TV, apelos à ecologia. A solução, meus caros, é mexer no bolso.
Aí que entram os pedágios urbanos, ou outros instrumentos financeiros para aumentar o custo de quem pretende ir trabalhar de carro. Apenas cobrando pelo incômodo que seu carro na rua gera para o restante da população, ou seja, "internalizando a externalidade", é que iremos pensar com mais carinho entre pegar o carro na garagem, ou ir pra rua, pegar um ônibus, descer no metrô, fazer baldeação.
Na visão econômica da coisa, é isso.... Desde que o óbvio seja resolvido primeiro, ou seja, o tal transporte público de qualidade.... que ainda está bem longe da realidade.
Primeiramente, o óbvio: para que as pessoas deixem os carros em casa, é preciso ter opções. Em São Paulo, o metrô já passou da fase da saturação. Para quem acha que não, basta tentar pegar a linha vermelha até as 9:00 da manhã, ou dar uma olhada na Estação Sé entre as 17:00h e as 19:00h, chega a ser desumano. Dessa forma, antes de qualquer coisa deve-se dar opções para quem não tem ou prefere deixar o carro parado: linhas de metrô, de trem, ônibus confortáveis, segurança. Mas isso tudo é o óbvio, todos sabem, todos dizem.
Mas, supondo que o transporte público fosse de primeira classe, que não houvesse aperto, que a pontualidade fosse britânica. Mesmo assim, deixaríamos o carro em casa? Apresento a vocês, o conceito da externalidade.
Externalidade é quando seu ato de consumir ou ter algo gera efeitos nos demais, de forma positiva ou negativa. Por exemplo, se você é dono de uma lanchonete, e resolvem abrir uma faculdade do outro lado da rua, isso vai gerar uma externalidade positiva na sua lanchonete: o movimento vai aumentar, você vai ganhar mais dinheiro.
Mas e se a externalidade for negativa? Quando você, todo feliz, compra um carro, mesmo sem saber está gerando uma externalidade negativa para os outros motoristas. Um carro a mais na rua vai gerar mais congestionamentos, menos vagas de estacionamento, mais consumo de combustível e mais tempo para os demais chegarem ao trabalho.
Apesar disso, e mesmo levando em conta a hipótese da alternativa pública de qualidade, muita gente vai continuar saindo de carro todas as manhãs. Usar o carro é mais cômodo, mais confortável, o cidadão pode ir tranquilo, com o ar ligado, ouvindo sua música em seu MP3... E enquanto essas vantagens continuarem superando o incômodo dos congestionamentos e do custo, todos vão continuar indo de carro. Não adianta fazer campanhas, propagandas na TV, apelos à ecologia. A solução, meus caros, é mexer no bolso.
Aí que entram os pedágios urbanos, ou outros instrumentos financeiros para aumentar o custo de quem pretende ir trabalhar de carro. Apenas cobrando pelo incômodo que seu carro na rua gera para o restante da população, ou seja, "internalizando a externalidade", é que iremos pensar com mais carinho entre pegar o carro na garagem, ou ir pra rua, pegar um ônibus, descer no metrô, fazer baldeação.
Na visão econômica da coisa, é isso.... Desde que o óbvio seja resolvido primeiro, ou seja, o tal transporte público de qualidade.... que ainda está bem longe da realidade.
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