Como diriam os americanos, first things first: Economia é uma ciência humana, e como tal, não existem fórmulas mágicas onde é só colocar alguns dados que sairão de lá, bonitinhos, quanto vai ser a taxa de juros no final do ano, quanto vai crescer o PIB, ou qual será o desemprego. Economistas, esses seres tão bons em explicar o que já aconteceu, usam modelos para tentar prever essas variáveis. E modelos tentam capturar a realidade, usando o máximo de variáveis que se possam medir. Mas, como a Economia depende dos homens e de suas decisões políticas ou não, e como nós homens somos tudo menos racionais na hora de tomar decisões, tudo pode acontecer, como diria o clichê. Um resfriado do presidente da China, um tropicão do Obama jogando basquete, e pronto, já despencam as bolsas, sobe o dólar, essas coisas todas.
Quando se prevê o PIB do fim do ano, por exemplo, só saber-se-á (olha a mesóclise rs) se o modelo está bom ou não no final do ano, e ajustes no modelo utilizado só poderão ser feitos para o ano que vem.Isso supondo-se que o modelo utilizado é completo o suficiente, o que já é por si só uma suposição bastante fraca.
Agora, vejam a previsão do tempo. Prever o tempo basicamente já deve estar sendo feito desde que a humanidade nasceu. E é tarefa das mais hercúleas também, por um motivo diferente: as condições climáticas dependem de uma série de fatores, e praticamente infinitas variáveis. Quem nunca ouviu falar da Teoria do Caos ou do Efeito Borboleta, aquele que diz que um bater de asas de uma borboleta no topo do Pico do Everest pode desencadear uma série de eventos climáticos que afetaria o clima na pacata cidade de Miracema do Norte, aquela do Arlindo Orlando.
A diferença é que o modelo de previsão do tempo tem um feedback quase instantâneo: se o modelo previu sol no dia, e choveu, há espaço para os teóricos dos modelos estudarem o que deu de errado e acertar o modelo. E acreditem, apesar de errar bastante, a previsão do tempo hoje em dia acerta muito mais que erra.
Ah, e os tocos na balada? Sim, funcionam basicamente como a previsão do tempo: a partir do momento que o menino (ou menina, hoje em dia tá tudo meio igual) começa a se embrenhar nas florestas das matinês, ele vai desenvolvendo para si próprio um modelo de sucesso com o sexo oposto. Usando variáveis como sua própria beleza, a beleza da vítima, seu teor de embriaguez, o teor de embriaguez da vítima, a iluminação do local (pode ser boa ou ruim, dependendo do grau de beleza dos envolvidos), sua habilidade comunicativa, e outros fatores, o predador vai avaliando sua perspectiva de sucesso e prepara o bote. Se der certo ótimo, o modelo está aderente. Em caso negativo, volta-se à prancheta e ajusta-se. Com o passar dos anos já se sabe de forma um tanto quanto consistente como deve ser sua "alma gêmea", ou em outras palavras, "existe sempre um chinelo para um pé cansado".
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