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The clock is ticking


Quando tinha 4 anos lembro-me de minha mãe colocar eu e meu irmão para dormir à tarde, mas me falar que assim que ele dormisse eu podia levantar. É minha primeira memória.
Com 5 anos, lembro de ter tomado uma bronca da professora por ter saído correndo quando minha mãe chegou pra me buscar na escola.
Aos 10, o Brasil perdeu da Itália na Copa do Mundo. Era dia de limpeza em casa, a janela da sala estava aberta, e eu subi para meu quarto tirar a camisa do Brasil. Meu irmão mais novo nem tinha ainda completado seu primeiro ano.
Aos 14, passei cola para uma colega de classe, Português, Ela passou de ano, e me agradeceu no baile de formatura. Baile que detestei aliás, "ótimo" dançarino que sou.
Lembranças distantes, porém tão vívidas. Queria ser programador de jogos de computador, com meu Hotbit branco... ou jogador de futebol. 
O tempo foi passando, e as lembranças mais claras: colegial, aulas à tarde, aquele campeonato de futsal que perdemos a final, vestibular... 
Em 1990 entrei em minha primeira faculdade, que larguei no primeiro ano para desgosto de meus pais, Engenharia Mecatrônica.
Handebol, minha paixão esportiva: 1996, primeiro título de Intercomp.... 1997, 3o lugar no Paulista.
Em 1998, primeira formatura, fruto, tenho certeza, de pura teimosia. Vi meus pais chorando na colação de grau... entreguei uma flor pra minha mãe e outra para ela.
Ano 2000, outra faculdade, que deveria ter sido a primeira, mas antes tarde do que nunca. FEA, título no Economíadas...2004, Interusp. Mesmo ano de meu casamento, um domingo quente de verão. Parece que foi ontem.
Paulo deu as caras por esse mundo em 2006, o Lucas logo em seguida, 2008. Logo eles estariam entrando na escola, a mesma que estudei. O tempo se repete, eles já estão colecionando suas próprias memórias.
O tempo voa, e ainda há tanta coisa a fazer. E nem ao menos sei quanto tempo me resta.

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