Xingue-me, brigue comigo, mas não venha me dizer que tanto faz.
Coloque-me de castigo, pra dormir mais cedo, mas não me diga pra fazer o que eu quiser.
Diga que eu fiz tudo errado, que eu perdi o prazo, pergunte-me o que aconteceu. Mas não balance a cabeça negativamente, sem esperança.
Responda com um palavrão. Ou com um sorriso. Muito melhor que a resposta fria e burocrática, corporativa até,
Ensine-me como fazer, me coloque no banco de reservas até eu acertar, mas não olhe pro chão, suspire e me ignore.
Fale mal de mim. Diga que só estou onde estou por causa de quem eu conheço, ou que não estou onde poderia por conta de meus defeitos. Mas não dê de ombros ao ouvir meu nome.
Tire sua mão ao sentir o toque da minha. Ou sinta a eletricidade fluindo, quase tangível. Mas não a deixe lá friamente, como se nada significasse.
Desvie o olhar, ou queime-me com os olhos, como que tentando explodir meu cérebro com o poder do pensamento. Mas não me olhe como se não houvesse mais ninguém aí dentro.
Indiferença. O pior castigo.
Comentários
Postar um comentário