Pular para o conteúdo principal

Olhando a chuva


Desde pequeno, tenho verdadeira fascinação por ficar olhando a chuva. Hipnotizado. O barulho de chuva na janela então, é um convite para uma noite bem dormida.
Talvez seja por a chuva me lembrar de corrida de folhinhas, na água correndo pela sarjeta.Ou pelo riozinho que passava pelo galinheiro, pelo lago das carpas, e ia embora ...
De gotas de chuva subindo pelo pára-brisas do carro em movimento. Por que será que a água sobe em vez de descer? E quando o carro está parado, por que as gotas sempre descem pelo mesmo caminho?
Pode ser que sejam as lembranças longínquas de um dia termos ficado atolados um tempão no gramado de um hospital ... ou das vezes que pegamos a estradinha de terra para a chácara cheia de barro, o carro derrapando, nós nos sentindo numa etapa do mundial de rally. Ficar com medo da chuva forte fazer acabar a energia elétrica no meio do mato.
Ou da volta de bike em um dia de Ano Novo, o retorno com temporal e vento contra. 
De sair correndo pra ajudar minha mãe a recolher a roupa do varal. Entrar ensopado em casa, e tomar um banho bem quente. Ou entrar correndo no carro depois do jogo, e ficar torcendo pra você aparecer.
Torcer pra chover granizo, só pra experimentar os pedaços de gelo que caem.
Da Lua bem baixa no céu , cheia e em tons alaranjados, logo antes de ser toda coberta pelas nuvens.
Ou daquela vez que o tal cometa Halley apareceu, mas só chovia ... mais ou menos na mesma época das festas de Natal na casa do meu tio, quando a chuva enchia as lonas colocadas que cobrir o quintal. Tio que aliás, gente boa que era, deve estar pros lados lá de cima, supervisionando as lonas e a chuva.
Vai ver é por isso. Vou lá na varanda ver se parou...



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O consumo de sorvete e os afogamentos

Muito cuidado precisa ser tomado ao se analisar pesquisas e manchetes de jornais que associam alguma coisa a outra. Explico-me: quando lemos na internet que, por exemplo, comer vegetais faz a gente viver mais, é preciso ser crítico ao entender como se chegou no resultado, ou se apenas estão querendo chamar sua atenção com a manchete (como eu tentei fazer, inclusive). Quando estudamos duas variáveis, e percebemos que o movimento de uma acompanha o da outra, diz-se que as variáveis são correlacionadas. Por exemplo, em dias de maior número de afogamentos nas praias os vendedores de picolés também faturam mais. Isso quer dizer que sorvetes podem fazer você se afogar? Ou que as pessoas que estão acompanhando o resgate se entretém tomando um picolé? Para esse exemplo, é fácil perceber que em dias quentes tem mais gente nas praias, que tomam mais sorvete, e que também infelizmente acabam se afogando mais. Mas tomem a notícia abaixo: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/ma...

Sorria e Acene, ou as Técnicas de negociação que não se aprende na escola

Em um post anterior ( este aqui ), já havia escrito sobre uma importante tática de argumentação, a Defesa Chewbacca, utilizada principalmente em discussões de relações. Mas existe uma outra, de utilização bem mais abrangente, que pode ser aplicada nas mais diversas atividades humanas: a estratégia Sorria e Acene. Basicamente, essa teoria prega a empatia por meio gestuais que demonstrem a concordância com uma pessoa ou grupo social. Mais do que estender-se nas bases científicas da teoria, alguns exemplos de utilização serão muito mais elucidativos: No Mundo Corporativo: Reunião da empresa, apresentando os resultados do quadrimestre, e as perspectivas de crescimento: em caso de resultados positivos, balance a cabeça afirmativamente, com um leve sorriso. Resultados negativos: feição de consternação, e um leve balançar negativo. Use com parcimônia. Chefe pede para entregar seu trabalho antes do que o humanamente possível: sorria e acene que sim. Se vire depois para conse...

O Girassol e a Lua

Se eu fosse Esopo , escreveria algo mais ou menos assim... Era uma vez uma plantação de girassóis, nos confins da Holanda. Todos os dias, seguiam a mesma rotina, acordavam cedo, com o nascer do Sol, e realizavam todas suas atividades diárias. Tiravam água e nutrientes do solo, faziam sua fotossíntese, e giravam. Sempre lá, apontando para o astro rei, desde o amanhecer até que ele se escondesse.  Todos menos um, que preferia a Lua. Baladeiro, dormia o dia todo, pra ficar acordado de noite, na boemia, seguindo a Lua.  No princípio os amigos girassóis se solidarizavam com o companheiro dorminhoco, achavam que era algum tipo de doença ou distúrbio, e davam uma força girando o festeiro em direção do Sol. Até que um dia umas formigas bem das fofoqueiras começaram a fazer futrica, perguntando porque ajudavam o cara que ficava a madrugada toda bagunçando, tocando sambas do Pixinguinha e não deixando ninguém do formigueiro dormir em paz. Pararam de ajudar, e o girassol da...