Desde pequeno, tenho verdadeira fascinação por ficar olhando a chuva. Hipnotizado. O barulho de chuva na janela então, é um convite para uma noite bem dormida.
Talvez seja por a chuva me lembrar de corrida de folhinhas, na água correndo pela sarjeta.Ou pelo riozinho que passava pelo galinheiro, pelo lago das carpas, e ia embora ...
De gotas de chuva subindo pelo pára-brisas do carro em movimento. Por que será que a água sobe em vez de descer? E quando o carro está parado, por que as gotas sempre descem pelo mesmo caminho?
Pode ser que sejam as lembranças longínquas de um dia termos ficado atolados um tempão no gramado de um hospital ... ou das vezes que pegamos a estradinha de terra para a chácara cheia de barro, o carro derrapando, nós nos sentindo numa etapa do mundial de rally. Ficar com medo da chuva forte fazer acabar a energia elétrica no meio do mato.
Ou da volta de bike em um dia de Ano Novo, o retorno com temporal e vento contra.
De sair correndo pra ajudar minha mãe a recolher a roupa do varal. Entrar ensopado em casa, e tomar um banho bem quente. Ou entrar correndo no carro depois do jogo, e ficar torcendo pra você aparecer.
Torcer pra chover granizo, só pra experimentar os pedaços de gelo que caem.
Da Lua bem baixa no céu , cheia e em tons alaranjados, logo antes de ser toda coberta pelas nuvens.
Ou daquela vez que o tal cometa Halley apareceu, mas só chovia ... mais ou menos na mesma época das festas de Natal na casa do meu tio, quando a chuva enchia as lonas colocadas que cobrir o quintal. Tio que aliás, gente boa que era, deve estar pros lados lá de cima, supervisionando as lonas e a chuva.
Vai ver é por isso. Vou lá na varanda ver se parou...
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