Define-se inflação como o aumento generalizado de preços de uma economia. Como não se pode medir o preço de todos os produtos e serviços em circulação, é escolhida uma cesta de represente da melhor forma possível o conjunto de bens adquiridos por uma parcela de população.
No Brasil, os dois indicadores mais comuns para medir a inflação são o IPCA e o IGPM, O IPCA é divulgado pelo IBGE, e considera os preços de varejo para bens e serviços consumidos por famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. Já o IGPM considera também produtos no atacado e indicadores da construção civil, sendo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas.
Mas por que os preços sobem? Existem vários componentes que podem causar aumento da inflação, cada um exigindo um tipo diferente de política econômica para combatê-lo.
- Desequilíbrio fiscal: termo muito comum hoje em dia, e provavelmente a causa da atual inflação acima da meta que vivemos. Bem fácil de entender, o governo gasta mais do que arrecada, e para cobrir o rombo acaba emitindo mais dinheiro, seja papel-moeda ou títulos da dívida. Em qualquer um dos casos, mais dinheiro em circulação faz com o que se cobre mais pelos produtos e serviços oferecidos. Como combater? O jeito certo é cortando-se gastos governamentais. O errado? Aumentar os impostos. Impostos mais altos acabam por fim desestimulando o consumo, o que por sua vez diminui o que? Sim, a arrecadação. É um círculo vicioso sem chances de dar certo. A corrupção, por diminuir a eficiência da alocação do dinheiro arrecadado, entra nessa conta.
- Inflação de demanda: acontece quando tem mais gente querendo consumir do que gente querendo vender. Quem vende então pode aumentar os preços, porque afinal não estão faltando compradores. Foi o que ocorreu no Plano Cruzado, época dos fiscais do Sarney. Congelaram-se os preços e não levaram em conta que havia uma demanda reprimida. Todos correram para os supermercados, e como não se podia aumentar os preços, e muito menos havia capacidade de aumentar a produção de uma hora para a outra, o resultado foram prateleiras vazias. O antídoto? Aumentar a taxa de juros para frear o consumo, buscar suprir a demanda através dos produtos importados, investimentos e melhorias na infraestrutura para aumentar a produção local.
- Inflação inercial: aumento pré-definido de preços, tarifas e salários, fixados por um dado percentual. Por exemplo, reajuste de contratos, de tarifas de água e energia elétrica, de salários (muito comum na época do "gatilho salarial"). Os agentes econômicos, já sabendo dos reajustes, aumentam antecipadamente seus preços, gerando uma espiral inflacionária. O grande trunfo do Plano Real foi conseguir, paulatinamente, ir acabando com a indexação econômica, através da URV. E também contou com uma forcinha de Collor, o caçador de marajás, que havia aberto o país para importações, ajudando a combater a inflação de demanda.
- Choques externos: acontecimentos exógenos, que aumentam preços de matérias primas, ou afetam o câmbio, fazem com que os custos de produção ou importação aumentem, o que pode ser repassado para os consumidores finais. Exemplos clássicos que podem ser citados são o aumento no preço do petróleo, ou do valor do dólar.
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