Em algum momento a gente começa a tomar ciência das coisas, das causas e consequências de nossos atos e daquilo que nos cerca. Em algum momento, entre a adolescência e a fase adulta, nos tornamos os seres mais chatos do Universo. Sabemos de tudo. Quer ir bem nas provas, passar no vestibular? Basta estudar. Quer ganhar bastante dinheiro? É só arrumar um emprego bacana. Simples assim.
Com o passar do tempo vamos perceber quer as coisas não são tão simples, a tal ação e reação não é tão linear quanto achávamos. Afinal de contas, fazemos nosso próprio futuro, ou somos simples marionetes de alguma criança cósmica jogando uma versão de The Sims.
Quanto mais se lê a respeito, mais se descobre que esse dilema vem atormentando a humanidade desde sempre, e muitos filósofos, neurocientistas e teólogos já escreveram linhas e linhas sobre o assunto. Percebe-se que, afinal de contas, todos temos um pouco de filósofos, todos queremos saber se a vida é composta de acasos e coincidências, ou se é tudo parte de um plano das Moiras, as três irmãs que na Grécia antiga determinavam o Destino.
A meu ver, temos três possibilidades.
Pode ser que já exista um plano para nós, e não precisamos fazer nada basicamente, só esperar para ver o que vai dar tudo isso. Sem preocupações, afinal não poderemos decidir nada mesmo. Ou fazendo o que quisermos, afinal não foi nossa decisão pra começar. Mas vejam, não pode ser bagunçado assim.
Pode ser que a vida seja uma sequência determinística de eventos, cada um com uma probabilidade X de sucesso, e Y de fracasso, sendo que a escolha dos eventos e uma certa influência nas probabilidades está em nossas mãos. Quer saber se vai funcionar? Basta fazer a conta, obviamente levando em conta as probabilidades condicionais e correlações de todas as variáveis. Não fosse a teoria do caos, a impossibilidade de levar em consideração as infinitas variáveis, até que poderia ser.
Ou, por último, somos todos galinhas num gigante galinheiro chamado existência. Cada uma em seu poleiro, com sua dose diária de ração garantida. Vira e mexe, vem o caseiro da chácara e joga algumas surpresas para nós, galinhas, comerem. Podem ser surpresas boas, ou ruins, só quem sabe é o danado do caseiro. Pra você ir lá ver qual é, vai ter que sair do poleiro, seu status quo, e pode ser que valha a pena, mas valendo ou não também pode ser que seu poleiro não esteja mais lá na volta, que você tenha que ir para um pior, ou ache um melhor.
O diabo é que, mesmo para as galinhas mais conformadas, vira e mexe e caseiro vai lá e dá uma chacoalhada nos poleiros, joga as galinhas pro chão, pena voando pra todo lado.
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