Eu já fui o Rei dos Pássaros. Sob meu comando, aves alçavam voos rasantes, atacavam meus inimigos, levavam-me onde queria, me carregando em seus bicos. Águias me erguiam mais e mais alto, como na fábula. Até que o pão acabou, e do banco onde estava na praça vi os pombos e patos irem embora.
Já fui o Rei do Futebol. Com meus dribles desconcertantes, encantei o mundo, ganhei campeonatos mundiais, fui artilheiro e melhor jogador. Por onde passava, todos olhavam e comentavam, pediam autógrafos e tiravam selfies. Até que veio a noite e a pelada na rua teve que parar.
Já fui o cara mais popular da escola, o Ferris Bueller. Passava pelos corredores e ia distribuindo high fives, todas as menininhas imaginando se eu iria convidá-las para o baile, enquanto eu andava pra lá e pra cá com minha jaqueta do time da escola, notas sempre bem acima da média. Até que acabou a Sessão da Tarde, e tive que ir fazer a tarefa de casa.
Já governei um vasto império. Conquistei bárbaros e povos modernos, em meus domínios o sol nunca se punha. Tinha enormes reservas de ouro, mandei construir maravilhas, atraí para minhas fronteiras os maiores pensadores. Até que tive dar lugar no videogame para o próximo da fila.
Majestades vêm e vão. Mas continuamos sempre monarcas de nossos pensamentos.
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