Pular para o conteúdo principal

Contraponto: Nem tudo é o que parece


Para se pensar, antes de acreditar em qualquer estatística que tentam te empurrar:

  • Quanto mais armas nas mãos da população, menor é a taxa de assassinatos por habitante. Estudo feito pela Harvard em 2007 (leia aqui) indica que as nações com maior número de armas por habitante na verdade têm menor taxa de homicídios.
  • As pessoas não escolhem seus candidatos nas eleições pelas suas propostas, e sim inconscientemente pela sua aparência. De fato, pode-se estimar o resultado de uma eleição analisando as faces dos candidatos. Veja mais aqui.
  • Você não consegue fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo. Os recursos de seu cérebro são limitados, então sempre que precisar dividir sua atenção entre duas coisas, como por exemplo ler e ouvir música, ou dirigir e falar ao celular, algo sai perdendo. Em um célebre experimento, pessoas foram convocadas a contar quantas vezes uma bola era passada de uma pessoa para outra, e mais da metade não viu um homem vestido de gorila passando no vídeo. Vide o livro The Invisible Gorilla, ou o video aqui.
  • A queda brusca de criminalidade nos anos 1990 em Nova Iorque não se deu pela política austera de combate ao crime. Cidades semelhantes com políticas semelhantes não tiveram o mesmo sucesso. Há evidências que a liberação do aborto anos antes colocou menos possíveis criminosos neste bendito planeta, e isso sim causou a queda nas taxas. Quer saber mais? Clique aqui.
  • Diminuir os limites de velocidade na cidade de São Paulo  não fez o número de acidentes cair nem a velocidade média do tráfego aumentar. Na verdade, essa diminuição nos acidentes e aumento na velocidade ocorreu em toda Grande São Paulo, inclusive nas cidades onde não houve alteração nos limites de velocidade. Evidências aqui.
  • Fazer exercícios não necessariamente te faz emagrecer. Te faz mais saudável, mas seu corpo acaba compensando o esforço extra, te fazendo descansar mais o restante do dia, ou te fazendo comer mais para compensar o gasto adicional de energia. Leia mais em O Nutricionista Clandestino.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O consumo de sorvete e os afogamentos

Muito cuidado precisa ser tomado ao se analisar pesquisas e manchetes de jornais que associam alguma coisa a outra. Explico-me: quando lemos na internet que, por exemplo, comer vegetais faz a gente viver mais, é preciso ser crítico ao entender como se chegou no resultado, ou se apenas estão querendo chamar sua atenção com a manchete (como eu tentei fazer, inclusive). Quando estudamos duas variáveis, e percebemos que o movimento de uma acompanha o da outra, diz-se que as variáveis são correlacionadas. Por exemplo, em dias de maior número de afogamentos nas praias os vendedores de picolés também faturam mais. Isso quer dizer que sorvetes podem fazer você se afogar? Ou que as pessoas que estão acompanhando o resgate se entretém tomando um picolé? Para esse exemplo, é fácil perceber que em dias quentes tem mais gente nas praias, que tomam mais sorvete, e que também infelizmente acabam se afogando mais. Mas tomem a notícia abaixo: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/55

O Girassol e a Lua

Se eu fosse Esopo , escreveria algo mais ou menos assim... Era uma vez uma plantação de girassóis, nos confins da Holanda. Todos os dias, seguiam a mesma rotina, acordavam cedo, com o nascer do Sol, e realizavam todas suas atividades diárias. Tiravam água e nutrientes do solo, faziam sua fotossíntese, e giravam. Sempre lá, apontando para o astro rei, desde o amanhecer até que ele se escondesse.  Todos menos um, que preferia a Lua. Baladeiro, dormia o dia todo, pra ficar acordado de noite, na boemia, seguindo a Lua.  No princípio os amigos girassóis se solidarizavam com o companheiro dorminhoco, achavam que era algum tipo de doença ou distúrbio, e davam uma força girando o festeiro em direção do Sol. Até que um dia umas formigas bem das fofoqueiras começaram a fazer futrica, perguntando porque ajudavam o cara que ficava a madrugada toda bagunçando, tocando sambas do Pixinguinha e não deixando ninguém do formigueiro dormir em paz. Pararam de ajudar, e o girassol da noite co

A Lua - Emily Dickinson

Para um dia de lua cheia, como hoje The Moon by  Emily Dickinson   (1830 – 1886) The moon was but a chin of gold A night or two ago, And now she turns her perfect face Upon the world below. Her forehead is of amplest blond; Her cheek like beryl stone; Her eye unto the summer dew The likest I have known. Her lips of amber never part; But what must be the smile Upon her friend she could bestow Were such her silver will! And what a privilege to be But the remotest star! For certainly her way might pass Beside your twinkling door. Her bonnet is the firmament, The universe her shoe, The stars the trinkets at her belt, Her dimities of blue.