Pular para o conteúdo principal

O Big Mac mais caro do mundo é nosso!


Um dos conceitos mais interessantes de Economia é a Paridade do Poder de Compra (PPP, a sigla em inglês). Ela compara quanto determinada quantidade de dinheiro consegue comprar, em relação a outro país. Ou seja, se houvesse paridade do poder de compra entre, digamos, o Brasil e os Estados Unidos, um dólar lá deveria comprar a mesma quantidade de bens que um dólar aqui. É uma interessante medida para verificar se uma dada moeda está sobrevalorizada ou não. Além disso, é bacana para ver como seria sua vida morando e trabalhando em outro país.
Por exemplo, se o fulano ganha R$10.000,00 aqui, se ele fosse morar nos EUA, para manter o mesmo salário teria que ganhar US$ 5.000,00, supondo uma cotação de US$ 1,00 = R$ 2,00. Certo? Se houvesse a tal paridade, sim, mas raramente isso acontece, uma moeda quase sempre está sub ou supervalorizada em relação a outra.
Para calcular a PPP, várias cestas de mercadorias, serviços e etc. já foram utilizadas, mas surpreendentemente a medida mais eficaz foi o Índice Big Mac. Esse índice foi criado pela revista "The Economist", meio que como brincadeira, comparando o preço do lanche em dólares ao redor do mundo.
Os resultados de 2013 acabaram de ser divulgados, no blog da revista. Pelo índice cru, o o Big Mac no Brasil é o quinto mais caro do mundo, indicando assim que o real está bastante sobrevalorizado em relação ao dólar.
Agora, se usarmos o índice corrigido pelo PIB per capta, ou seja, considerando também o PIB do país dividido pelo número de habitantes, o Big Mac no Brasil é o mais caro do mundo. Isso pode querer dizer que, além do real estar sobrevalorizado, prejudicando assim exportadores em geral, o custo de vida no país deve estar acima do resto do mundo.
Usando o exemplo acima, se te convidarem para trabalhar nos EUA ganhando US$ 5.000,00 por mês, talvez seja uma boa ideia arrumar as malas. E se você gosta de Big Macs, pode talvez querer ir para a India, ou Hong Kong...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O consumo de sorvete e os afogamentos

Muito cuidado precisa ser tomado ao se analisar pesquisas e manchetes de jornais que associam alguma coisa a outra. Explico-me: quando lemos na internet que, por exemplo, comer vegetais faz a gente viver mais, é preciso ser crítico ao entender como se chegou no resultado, ou se apenas estão querendo chamar sua atenção com a manchete (como eu tentei fazer, inclusive). Quando estudamos duas variáveis, e percebemos que o movimento de uma acompanha o da outra, diz-se que as variáveis são correlacionadas. Por exemplo, em dias de maior número de afogamentos nas praias os vendedores de picolés também faturam mais. Isso quer dizer que sorvetes podem fazer você se afogar? Ou que as pessoas que estão acompanhando o resgate se entretém tomando um picolé? Para esse exemplo, é fácil perceber que em dias quentes tem mais gente nas praias, que tomam mais sorvete, e que também infelizmente acabam se afogando mais. Mas tomem a notícia abaixo: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/ma...

O Girassol e a Lua

Se eu fosse Esopo , escreveria algo mais ou menos assim... Era uma vez uma plantação de girassóis, nos confins da Holanda. Todos os dias, seguiam a mesma rotina, acordavam cedo, com o nascer do Sol, e realizavam todas suas atividades diárias. Tiravam água e nutrientes do solo, faziam sua fotossíntese, e giravam. Sempre lá, apontando para o astro rei, desde o amanhecer até que ele se escondesse.  Todos menos um, que preferia a Lua. Baladeiro, dormia o dia todo, pra ficar acordado de noite, na boemia, seguindo a Lua.  No princípio os amigos girassóis se solidarizavam com o companheiro dorminhoco, achavam que era algum tipo de doença ou distúrbio, e davam uma força girando o festeiro em direção do Sol. Até que um dia umas formigas bem das fofoqueiras começaram a fazer futrica, perguntando porque ajudavam o cara que ficava a madrugada toda bagunçando, tocando sambas do Pixinguinha e não deixando ninguém do formigueiro dormir em paz. Pararam de ajudar, e o girassol da...

A Lua - Emily Dickinson

Para um dia de lua cheia, como hoje The Moon by  Emily Dickinson   (1830 – 1886) The moon was but a chin of gold A night or two ago, And now she turns her perfect face Upon the world below. Her forehead is of amplest blond; Her cheek like beryl stone; Her eye unto the summer dew The likest I have known. Her lips of amber never part; But what must be the smile Upon her friend she could bestow Were such her silver will! And what a privilege to be But the remotest star! For certainly her way might pass Beside your twinkling door. Her bonnet is the firmament, The universe her shoe, The stars the trinkets at her belt, Her dimities of blue.