Depois de muitas tentativas, as amigas finalmente conseguiram marcar um encontro. Quanto tempo já havia se passado desde que se formaram no colegial, lá pelos idos de mil novecentos e tantos... Século passado, credo...
Uma delas havia se separado há pouco mais de um ano. As outras, casadas, obviamente aproveitaram para provocar.
- Aí sim hein? Deve estar pegando geral!
- Se fosse eu, uma hora essas estaria distribuindo as senhas, comentou outra mais animada.
Não acreditaram quando a amiga falou que não tinha se divertido ainda desde o final do casamento. Quiseram saber o por quê...
- Vejam. Uma vez fui pra Suiça e lá provei um chocolate espetacular, feito com cacau colhido por monges virgens eunucos e de bochechas rosadas, em reservas indígenas remotas da Amazônia peruana. Se Deus comesse chocolate, ele só aceitaria esse.
E continuou a explicação:
- Agora imaginem que vocês estão deitadas, em casa. sem fome, mas com vontade de comer esse chocolate suíço em específico. Mas ele não existe mais por aqui, então vocês não comem nada, porque já provaram do melhor, e não se contentariam com menos.
- Tem o Lindt, mas eu teria que sair da minha cama quentinha, ir até a loja, conversar com o vendedor para explicar que chocolate quero, escutar sua réplica, pra só depois conseguir o bendito chocolate.
- Podia ser o Hersheys também, pra esse eu só precisaria ir aqui na padaria da esquina e pedir. Preguiça.
- O Lacta, eu nem precisaria sair de casa. Só ligar que eles entregam em casa, eu como e ele vai embora (o entregador).
- E tem também o Pan, que nem ligar eu preciso. Já me mandaram recado, marketing agressivo. É só eu pegar o celular e responder um "Sim".
As amigas entenderam, afinal, nenhum deles seriam "aquele" chocolate suíço... Encorpado, sabor marcante...
Só restava à amiga então torcer pro chocolate ser vendido no Brasil... E assim que chegasse, que ela dividisse o telefone, digo, o nome ...
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