Externalidades, em Economia, é quando algo fora de seu controle afeta seu negócio, mexe em suas gavetas, de forma positiva ou negativa.
Quando se aprende sobre externalidades na faculdade, um exemplo é praticamente obrigatório. Você é um pescador, tira lá sua graninha com o peixe nosso de cada dia, e um belo dia uma indústria se instala rio acima, poluindo a água e diminuindo seu lucro de pobre pescador. Em tese, você deveria receber uma compensação da indústria. Mas de quanto? No Protocolo de Kyoto, chegaram à conclusão que é difícil estabelecer um valor para as compensações a serem pagas pelos países poluidores, então criaram os créditos de carbono, e deixaram o mercado negociar os créditos, e assim na base da oferta e demanda, os preços seriam determinados.
Em uma economia com competição suficiente, e onde seja possível novos jogadores entrarem , em geral é boa ideia deixar o mercado resolver o preço das coisas. E quem é esse tal de mercado? Somos eu, você, os comerciantes, os empresários, todo mundo que compra ou vende algum produto ou algum serviço. Na média de valores que as pessoas estão dispostas a pagar e vender, acha-se o preço correto.
Ok, você pode dizer que nem todas as áreas têm competição perfeita, muito menos livre entrada de novos jogadores, mas pode-se assumir com uma certa convicção que a Bolsa de Valores e o valor do dólar, por exemplo, representam as expectativas dos compradores e vendedores como um todo.
Tudo isso pra dizer que, se quando o impeachment da Dilma pareceu iminente a Bolsa subiu, o dólar caiu, e os acionistas da Petrobras sorriram, alguma coisa de boa se esperava. No caso, que parasse pelo menos um pouco a roubalheira na semi-estatal...
Esta semana anunciou-se a condenação do ex-presidente Lula no primeiro dos cinco inquéritos contra ele, nove anos e tanto de prisão.
E de novo, a Bolsa pulou, o dólar despencou e sacoleiros aproveitaram para cruzar a Ponte da Amizade e comprar uma carga extra de Paco Rabanne e Rayito de Sol (essa só os mais velhos entenderão).
Então, dá pra entender que se o tal do mercado viu a prisão de Lula "Moro Lá Mas Não É Meu" com bons olhos, então não é só a elite perversa e burguesa que está animadinha, mas quem depende do dinheiro como um todo, compradores e vendedores.
Sempre interessante ver como o tal mercado reage quando a reforma trabalhista é discutida, bem como a reforma da previdência, e outras reformas em geral...
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