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Os pequenos





Madrugadas.... vocês não eram de dormir a noite toda. Mas nunca me importei de passar parte das madrugadas com vocês, mostrando os carros, passeando pela casa, cantando... coitados de vocês, que tiveram de me ouvir cantando.

Na hora de comer, eram refeições intermináveis, chegavam a demorar uma hora pra comer um minúsculo prato, que precisava ser aquecido novamente algumas vezes. E haja aviões para pousar... hoje não precisamos mais colocar comida em suas bocas.

Pesadelos. Quantos vocês já tiveram, e me chamaram apavorados. E agarravam-me o braço, com medo que eu saísse de perto. 

Para pegar no sono... seguravam minha mão, aquelas mãos pequeninas que crescem tão rápido, logo estarão maiores que as minhas. 

Escola. Vocês me dizem tchau na porta da escola, me dão um abraço e um beijo. Ao chegar no topo da rampa, viram-se e se despedem novamente. Em breve, pedirão pra eu deixar vocês na esquina.

Ainda querem jogar videogame, futebol, ir ao parque, sair com os pais. Em breve, só vão querer saber dos amigos e namoradas, aliás, como deve ser.

Nunca pedem nada, estão satisfeitos com o que tem. E mesmo assim damos tudo que podemos a eles, meninos de ouro. Pergunto-me o que fizemos de tão certo para vocês terem ficado assim. 

Estão crescendo rápido demais. Algumas coisas não fazem mais, outras ainda fazem. Já sinto saudades de todas.

Amo vocês, de todo meu coração.


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