Pular para o conteúdo principal

O sentido da vida é... que não há sentido algum


Não me lembro muito bem quantos anos eu tinha, mas me lembro exatamente do filme. Monty Phyton e o Sentido da Vida. O filme é sensacional, mas também me trouxe algo à cabeça que me atormentou por muito tempo. Afinal, qual o sentido de tudo isso? Por que estamos aqui? Para onde vamos ? Essas coisas todas...
Fiquei achando que no final as coisas sempre se acertariam. O bonzinho sempre ia matar o bandido, meu time sempre ia ganhar no final, todo mundo que estudasse iria bem nas provas.
Demorou pra eu perceber que, na verdade, não existe lógica nenhum nesse amontoado bagunçado de eventos aleatórios chamados existência. Não existe um plano. É a teoria do caos em todo seu esplendor.
Senão vejamos... já no começo, você é fruto de um espermatozoide mais ligeirinho que chegou lá primeiro, de repente contando com o azar de um outro que estava na frente e se perdeu. Aí você cresce, estuda em uma escola escolhida pelos seus pais.... e eventualmente vai prestar vestibular.
Na faculdade que você passou, que pode nem ter sido a primeira opção, você pode ir bem ou mal, de acordo com sua quantidade de esforço, ou das pessoas que você conheceu. Você pode um dia ter passado cola ou colado de um brother que jogava junto com você um esporte que você só foi treinar um dia porque estava entediado, e acabou gostando.
E a escolha do trabalho? Pode ter sido um panfleto afixado no mural, aquele emprego que sempre sonhou. Ou pode ter sido a última opção, entre tantas entrevistas frustadas, e acabou dando certo e te deixando rico.
Sem falar no encontro de sua cara metade. Pode ter sido uma colega de trabalho, que nunca te olhou mas um dia chegou de bom humor e te deu uma piscadinha, pode ter sido uma etiqueta para fora da camiseta no corredor da faculdade, ou uma mocinha qualquer na balada.... emprego que você só aceitou porque achou que ia ser bacana e estava de saco cheio do antigo, faculdade que não era a primeira opção dela nem a sua, balada que por pouco você não foi, preferia ficar vendo o jogo do Corinthians, mas acabaram te convencendo a ir. A não ser que você seja usuário de algum programa do tipo "encontre seu par perfeito", apaixonar-se é aquela coisa de pele, de cheiro, sem a menor lógica ou fórmula. Que também poderia dar errado se você não tivesse ido falar com ela... ou ela com você.
No fim a vida é um imenso jogo de pôquer. Ficando-se tempo suficiente na mesa, você receberá cartas boas e ruins. O segredo é fazer o máximo com as cartas boas, o que obviamente requer habilidade e talento, e perder o mínimo nas mãos ruins.
O problema é que nosso tempo por aqui é curto... e nem sempre recebemos tantas cartas boas assim.

Fate, you cruel and sadistic bitch ! 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O consumo de sorvete e os afogamentos

Muito cuidado precisa ser tomado ao se analisar pesquisas e manchetes de jornais que associam alguma coisa a outra. Explico-me: quando lemos na internet que, por exemplo, comer vegetais faz a gente viver mais, é preciso ser crítico ao entender como se chegou no resultado, ou se apenas estão querendo chamar sua atenção com a manchete (como eu tentei fazer, inclusive). Quando estudamos duas variáveis, e percebemos que o movimento de uma acompanha o da outra, diz-se que as variáveis são correlacionadas. Por exemplo, em dias de maior número de afogamentos nas praias os vendedores de picolés também faturam mais. Isso quer dizer que sorvetes podem fazer você se afogar? Ou que as pessoas que estão acompanhando o resgate se entretém tomando um picolé? Para esse exemplo, é fácil perceber que em dias quentes tem mais gente nas praias, que tomam mais sorvete, e que também infelizmente acabam se afogando mais. Mas tomem a notícia abaixo: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/ma...

O Girassol e a Lua

Se eu fosse Esopo , escreveria algo mais ou menos assim... Era uma vez uma plantação de girassóis, nos confins da Holanda. Todos os dias, seguiam a mesma rotina, acordavam cedo, com o nascer do Sol, e realizavam todas suas atividades diárias. Tiravam água e nutrientes do solo, faziam sua fotossíntese, e giravam. Sempre lá, apontando para o astro rei, desde o amanhecer até que ele se escondesse.  Todos menos um, que preferia a Lua. Baladeiro, dormia o dia todo, pra ficar acordado de noite, na boemia, seguindo a Lua.  No princípio os amigos girassóis se solidarizavam com o companheiro dorminhoco, achavam que era algum tipo de doença ou distúrbio, e davam uma força girando o festeiro em direção do Sol. Até que um dia umas formigas bem das fofoqueiras começaram a fazer futrica, perguntando porque ajudavam o cara que ficava a madrugada toda bagunçando, tocando sambas do Pixinguinha e não deixando ninguém do formigueiro dormir em paz. Pararam de ajudar, e o girassol da...

Sorria e Acene, ou as Técnicas de negociação que não se aprende na escola

Em um post anterior ( este aqui ), já havia escrito sobre uma importante tática de argumentação, a Defesa Chewbacca, utilizada principalmente em discussões de relações. Mas existe uma outra, de utilização bem mais abrangente, que pode ser aplicada nas mais diversas atividades humanas: a estratégia Sorria e Acene. Basicamente, essa teoria prega a empatia por meio gestuais que demonstrem a concordância com uma pessoa ou grupo social. Mais do que estender-se nas bases científicas da teoria, alguns exemplos de utilização serão muito mais elucidativos: No Mundo Corporativo: Reunião da empresa, apresentando os resultados do quadrimestre, e as perspectivas de crescimento: em caso de resultados positivos, balance a cabeça afirmativamente, com um leve sorriso. Resultados negativos: feição de consternação, e um leve balançar negativo. Use com parcimônia. Chefe pede para entregar seu trabalho antes do que o humanamente possível: sorria e acene que sim. Se vire depois para conse...