Pular para o conteúdo principal

Tia Luiza



Durante boa parte de minha infância e adolescência, fazia parte de minha rotina nos finais de semana ir visitar minhas tias  Emilia e Luiza. Na tia Luiza brincávamos com as primas, catávamos jabuticadas, corríamos com os cachorros, ouvíamos histórias de quando meu pai era mais novo. A Tia Emilia tinha um vendinha, e adorávamos ficar mexendo nos sacos de arroz e feijão, e ganhar um doce na hora de ir embora.
Com o tempo crescemos, deixamos de ir tanto assim, mas as tias continuavam sempre muito queridas. Nos casamos, tivemos filhos, e nossas primas e tias estavam sempre lá em todas as comemorações. 
Há algum tempo a tia Emilia já tinha nos deixado. No final do ano passado, um pouco antes do Natal, a tia Luiza também se foi. Estava hospitalizada há muito tempo já, e com certeza se encheu e resolveu que não ia passar as festas de fim de ano no hospital. Resolveu ir pro Céu, onde deve ter feito a festa com a tia Emilia e os outros irmãos que já estavam por lá. 
Em seu velório, não entrei, fiquei do lado de fora. Prefiro me ater às boas lembranças de minha infância.
Até logo tia! 


Comentários

  1. LINDOOOO...
    Minha mae realmente se encheu daquela " vida" na UTI ... preferiu passar as festas com a familia 'do outro lado" ... Com certeza la encontrou mais vida... e deixou em nos muita saudade... Ainda bem que temos voces que sao um pouco de nos tambem... portanto a vida esta presente... ela esta presente...

    Ps O que me lembro ... e... me faz rir ... era quando iamos para chacara ... logo depois do almoco ela dizia " vai chover logo"... agitava meu pai e deixava a tia Emilia brava com esse " medo" ... Bons tempossssssss...
    saudades de voce e da sua familia ... venham em casa qq dia... e tragam as criancas...
    bjs com carinho e saudades

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O consumo de sorvete e os afogamentos

Muito cuidado precisa ser tomado ao se analisar pesquisas e manchetes de jornais que associam alguma coisa a outra. Explico-me: quando lemos na internet que, por exemplo, comer vegetais faz a gente viver mais, é preciso ser crítico ao entender como se chegou no resultado, ou se apenas estão querendo chamar sua atenção com a manchete (como eu tentei fazer, inclusive). Quando estudamos duas variáveis, e percebemos que o movimento de uma acompanha o da outra, diz-se que as variáveis são correlacionadas. Por exemplo, em dias de maior número de afogamentos nas praias os vendedores de picolés também faturam mais. Isso quer dizer que sorvetes podem fazer você se afogar? Ou que as pessoas que estão acompanhando o resgate se entretém tomando um picolé? Para esse exemplo, é fácil perceber que em dias quentes tem mais gente nas praias, que tomam mais sorvete, e que também infelizmente acabam se afogando mais. Mas tomem a notícia abaixo: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/55

O Girassol e a Lua

Se eu fosse Esopo , escreveria algo mais ou menos assim... Era uma vez uma plantação de girassóis, nos confins da Holanda. Todos os dias, seguiam a mesma rotina, acordavam cedo, com o nascer do Sol, e realizavam todas suas atividades diárias. Tiravam água e nutrientes do solo, faziam sua fotossíntese, e giravam. Sempre lá, apontando para o astro rei, desde o amanhecer até que ele se escondesse.  Todos menos um, que preferia a Lua. Baladeiro, dormia o dia todo, pra ficar acordado de noite, na boemia, seguindo a Lua.  No princípio os amigos girassóis se solidarizavam com o companheiro dorminhoco, achavam que era algum tipo de doença ou distúrbio, e davam uma força girando o festeiro em direção do Sol. Até que um dia umas formigas bem das fofoqueiras começaram a fazer futrica, perguntando porque ajudavam o cara que ficava a madrugada toda bagunçando, tocando sambas do Pixinguinha e não deixando ninguém do formigueiro dormir em paz. Pararam de ajudar, e o girassol da noite co

A Lua - Emily Dickinson

Para um dia de lua cheia, como hoje The Moon by  Emily Dickinson   (1830 – 1886) The moon was but a chin of gold A night or two ago, And now she turns her perfect face Upon the world below. Her forehead is of amplest blond; Her cheek like beryl stone; Her eye unto the summer dew The likest I have known. Her lips of amber never part; But what must be the smile Upon her friend she could bestow Were such her silver will! And what a privilege to be But the remotest star! For certainly her way might pass Beside your twinkling door. Her bonnet is the firmament, The universe her shoe, The stars the trinkets at her belt, Her dimities of blue.