Pular para o conteúdo principal

Ode às batalhas internas


Minha saudação a todos que lutam diariamente, batalhas ferozes, internas e intermináveis. Que combatem seus demônios.

Batalhas que não se ganham, que não se definem, que se renovam hora a hora. Até o dia em que não existirão mais.

São as batalhas internas, que se passam dentro de nossas cabeças, de nossas almas talvez. E são tantos os adversários: chefes, vizinhos, conta bancária, parentes, amores, saúde ou a falta dela. Pessoas amadas que se foram, literal ou metaforicamente. Para essas batalhas não existem parceiros, companheiros de time. Ninguém para passar a bola. Somos nós conosco mesmo. 

Muitas derrotas, você cai e não tem vontade nenhuma de levantar. Engole sapos, luta e se posiciona quando acha que vale a pena, deixa pra lá, ou briga até onde durarem as forças. Mas você se levanta. Todo santo dia, levanta-se e segue em frente. Sem desistir nunca. Desistir não é opção. Tem gente dependendo de você, principalmente você mesmo. Amanhã começa tudo de novo.
Pode haver técnicos, estrategistas, fisioterapeutas, preparadores físicos. Mas na hora H, é só você.
Sem torcida, sem ninguém apoiando. Sem bandeiras tremulando, desfiles, medalhas de honra. Sem troféus, sem televisão transmitindo. Os prêmios são muito mais subjetivos, e por isso mesmo muito mais gratificantes. É um prato de comida à mesa, é o saldo bancário menos negativo do que ontem. É um progresso no tratamento da doença, por menor que seja, É um sorriso, um olhar, um toque. É um lugar pra dormir.
Cada um tem as suas batalhas, todas tão importantes quanto quaisquer outras. Só quem está vivendo que sabe. 

Que estendamos nossas mãos aos que estão no chão, ajudemo-nos a se levantarem e seguirem seus caminhos. E nosso aplauso aos vencedores do dia-a-dia. Esses são os verdadeiros corajosos, bravos. Os verdadeiros heróis.

Feliz Natal a todos ! 





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O consumo de sorvete e os afogamentos

Muito cuidado precisa ser tomado ao se analisar pesquisas e manchetes de jornais que associam alguma coisa a outra. Explico-me: quando lemos na internet que, por exemplo, comer vegetais faz a gente viver mais, é preciso ser crítico ao entender como se chegou no resultado, ou se apenas estão querendo chamar sua atenção com a manchete (como eu tentei fazer, inclusive). Quando estudamos duas variáveis, e percebemos que o movimento de uma acompanha o da outra, diz-se que as variáveis são correlacionadas. Por exemplo, em dias de maior número de afogamentos nas praias os vendedores de picolés também faturam mais. Isso quer dizer que sorvetes podem fazer você se afogar? Ou que as pessoas que estão acompanhando o resgate se entretém tomando um picolé? Para esse exemplo, é fácil perceber que em dias quentes tem mais gente nas praias, que tomam mais sorvete, e que também infelizmente acabam se afogando mais. Mas tomem a notícia abaixo: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/ma...

O Girassol e a Lua

Se eu fosse Esopo , escreveria algo mais ou menos assim... Era uma vez uma plantação de girassóis, nos confins da Holanda. Todos os dias, seguiam a mesma rotina, acordavam cedo, com o nascer do Sol, e realizavam todas suas atividades diárias. Tiravam água e nutrientes do solo, faziam sua fotossíntese, e giravam. Sempre lá, apontando para o astro rei, desde o amanhecer até que ele se escondesse.  Todos menos um, que preferia a Lua. Baladeiro, dormia o dia todo, pra ficar acordado de noite, na boemia, seguindo a Lua.  No princípio os amigos girassóis se solidarizavam com o companheiro dorminhoco, achavam que era algum tipo de doença ou distúrbio, e davam uma força girando o festeiro em direção do Sol. Até que um dia umas formigas bem das fofoqueiras começaram a fazer futrica, perguntando porque ajudavam o cara que ficava a madrugada toda bagunçando, tocando sambas do Pixinguinha e não deixando ninguém do formigueiro dormir em paz. Pararam de ajudar, e o girassol da...

A Lua - Emily Dickinson

Para um dia de lua cheia, como hoje The Moon by  Emily Dickinson   (1830 – 1886) The moon was but a chin of gold A night or two ago, And now she turns her perfect face Upon the world below. Her forehead is of amplest blond; Her cheek like beryl stone; Her eye unto the summer dew The likest I have known. Her lips of amber never part; But what must be the smile Upon her friend she could bestow Were such her silver will! And what a privilege to be But the remotest star! For certainly her way might pass Beside your twinkling door. Her bonnet is the firmament, The universe her shoe, The stars the trinkets at her belt, Her dimities of blue.