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Ode às batalhas internas


Minha saudação a todos que lutam diariamente, batalhas ferozes, internas e intermináveis. Que combatem seus demônios.

Batalhas que não se ganham, que não se definem, que se renovam hora a hora. Até o dia em que não existirão mais.

São as batalhas internas, que se passam dentro de nossas cabeças, de nossas almas talvez. E são tantos os adversários: chefes, vizinhos, conta bancária, parentes, amores, saúde ou a falta dela. Pessoas amadas que se foram, literal ou metaforicamente. Para essas batalhas não existem parceiros, companheiros de time. Ninguém para passar a bola. Somos nós conosco mesmo. 

Muitas derrotas, você cai e não tem vontade nenhuma de levantar. Engole sapos, luta e se posiciona quando acha que vale a pena, deixa pra lá, ou briga até onde durarem as forças. Mas você se levanta. Todo santo dia, levanta-se e segue em frente. Sem desistir nunca. Desistir não é opção. Tem gente dependendo de você, principalmente você mesmo. Amanhã começa tudo de novo.
Pode haver técnicos, estrategistas, fisioterapeutas, preparadores físicos. Mas na hora H, é só você.
Sem torcida, sem ninguém apoiando. Sem bandeiras tremulando, desfiles, medalhas de honra. Sem troféus, sem televisão transmitindo. Os prêmios são muito mais subjetivos, e por isso mesmo muito mais gratificantes. É um prato de comida à mesa, é o saldo bancário menos negativo do que ontem. É um progresso no tratamento da doença, por menor que seja, É um sorriso, um olhar, um toque. É um lugar pra dormir.
Cada um tem as suas batalhas, todas tão importantes quanto quaisquer outras. Só quem está vivendo que sabe. 

Que estendamos nossas mãos aos que estão no chão, ajudemo-nos a se levantarem e seguirem seus caminhos. E nosso aplauso aos vencedores do dia-a-dia. Esses são os verdadeiros corajosos, bravos. Os verdadeiros heróis.

Feliz Natal a todos ! 





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