Este final de semana, ao ler que no Campeonato Carioca de futebol o árbitro inventou três pênaltis pro Vasco, que mesmo assim perdeu do Friburguense por 5 x 4, lembrei de um certo jogo de handebol, lá pelos idos de 2001.
Naquela época o Campeonato Paulista de Handebol ainda tinha muitos times, dando chances ao glorioso CEPEUSP de beliscar algumas vitórias.
Em uma quarta à noite qualquer, nos módulos 1 e 2 do Cepê, o time da USP recebia o MESC, time de nível técnico semelhante. E a história do jogo pareceu um roteiro de time, pelo menos para mim.
Não costumo escrever em primeira pessoa, ainda mais falando de esportes coletivos, mas essa peleja pra mim foi muito especial, então peço licença a meus poucos leitores pra ser mais individualista hoje.
Logo no começo, saindo na meia direita, posição que eu mais detesto, torci o pé.... O Luciano, que estava fora naquele dia não me lembro bem porque, me emprestou uma Aircast, mas fui mesmo assim pro banco. O jogo ia se desenrolando, no fim do primeiro tempo voltei, e ao bater um 7 metros a bola escapou da minha mão na hora que eu fui dar a primeira ameaçada, indo quicando devagar pra dentro da área do MESC.... Voltei pro banco, motivo total de chacota, e ainda no intervalo o Zé Montanha, que tinha sido colega no CEPEUSP anos atrás, ainda veio perguntar se eu tinha inventado um novo jeito de bater 7 metros.
O segundo tempo começou bem pra USP, e aí que entrou em cena o Tapeti.... Tapeti, árbitro da Confederação Brasileira, de caráter bastante duvidoso, resolveu que era dia do MESC ganhar. Começou a inventar 7 metros, nada menos que 10 em toda a partida, revoltando todos. Mesmo assim, faltando uns 3 minutos, o placar marcava apenas um gol de diferença pro MESC.
Foi aí que começou a parte que mais pareceu um roteiro de filme, daqueles bem melosos e com final feliz...
Um gol pro MESC, mais um 7 metros contra o CEPEUSP, menos de 2 minutos pra acabar o jogo. O MESC bate, e Bruno Murad, meu amigo e goleiro do Cepê, pega o 7 metros. Eu tinha acabado de entrar, vamos para o ataque, e faço um gol de fora da meia direita. Jogo empatado.
O MESC teria mais uma chance de ir ao ataque.... Faltando 10 segundos, o Gabriel rouba a bola, saímos no contra ataque, todo mundo gritanto "Chuta,chuta"... E chutei.... mais um gol na gaveta, no último segundo, e o CEPEUSP ganha. Épico.
O Tapeti nunca mais apitou um jogo em São Paulo. Acontece que a Silvaninha, delegada da partida e árbitra da IHF, reportou todas as ocorrências, e o infeliz foi apitar fora do estado, e depois acho que parou. Como eu me lembro? Porque com árbitros da CBHb, e delegados da IHF, foi a taxa de arbitragem mais cara que já paguei. Depois me arrependi de ter pago, devia ter deixado pra pagar depois, com moedinhas de 10 centavos....
Bons tempos aqueles !
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