Pular para o conteúdo principal

Perto do PT, Collor era um santo


Fernando Collor de Mello, o caçador de marajás. Foi com esse mote que Collor se elegeu presidente do Brasil em 1989, vencendo Lula no segundo turno. Eleição das mais divertidas, diga-se de passagem, pois teve Lula e Brizola brigando para entrar no segundo turno, mais Maluf, Ulisses Guimarães, Ronaldo Caiado, etc. Cada debate era diversão garantida.
Até a eleição de Collor, alguns planos econômicos já haviam fracassado, na maioria das vezes por atacar apenas a inflação inercial, e não a inflação por demanda. Ou seja, se acabava com reajustes de preços, salários e contratos, mas nada se fazia com o excesso de demanda e a falta de oferta de produtos. Sem a inflação no momento inicial, o povo se animava para sair comprando, e faltavam produtos para essa demanda toda. Resultado: mais inflação.
Collor tinha a Zelia Cardoso de Mello como ministra. E Zelia teve uma das ideias mais originais da história econômica para lidar com a inflação. O povo está com dinheiro para fazer compras? Fácil, vamos confiscar o dinheiro deles, aí ninguém compra mais nada.
Collor gostava de andar de carrões, de pilotar jet skis, de correr nos domingos de manhã. 
Collor tinha também o PC Farias, tesoureiro da campanha. E tinha um irmão, o Pedro. Só que o tal PC começou a querer competir com o Pedro, que ficou bravo e contou tudo sobre o caixa 2 da campanha.
Collor conclamou a população para saírem às ruas de verde e amarelo, em sinal de apoio. Saíram de preto, e Collor sofreu o impeachment. Pedro morreu. PC e a namorada assassinados, num caso nunca esclarecido. Vai ver ele sabia demais.  Entrou o Itamar, que gostava de andar com mulheres sem calcinha no sambódromo, mas isso já é outra conversa.
Perto das proezas de doze anos do governo petista, Collor é um juvenil. Café-com-leite. 
O PT teve o mensalão... uma mesada pros deputados darem uma força nas votações. Teve o dom de ter deputados presos, condenados por ministros do STF nomeados pelo próprio presidente. Quer dizer, não tinha mesmo como esconder, o negócio todo estava muito escancarado. 
O PT teve o Roberto Jefferson. Aquele deputado que jogou a meleca toda no ventilador, provavelmente porque queria mais dinheiro e resolveram não dar. Não mataram o Jefferson, mas ele também foi condenado. Ele, o Dirceu, o Genoino...
O PT teve a Petrobras. Nunca antes na história desse país se robou tanto dinheiro de uma estatal. O diretor preso prometeu que ia dedurar todo mundo se pegassem leve com ele, e contou que para cada contrato 3% ia pro santo, quer dizer, pro PT. E prometeu devolver 70 milhões. Se ele, um diretor de carreira, devolveu 70 milhões, imaginemos os chefes deles.
O PT teve os Correios, que colocaram os pobres carteiros pra distribuir os panfletos da Dilma, e pra dar um sumiço nos do Aécio.
Collor sofreu impeachment. A Dilma tá aí, firme e forte pra tentar a reeleição. E parou de usar vermelho, agora tá de verde, a mesma cor que Collor....

Vai entender.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O consumo de sorvete e os afogamentos

Muito cuidado precisa ser tomado ao se analisar pesquisas e manchetes de jornais que associam alguma coisa a outra. Explico-me: quando lemos na internet que, por exemplo, comer vegetais faz a gente viver mais, é preciso ser crítico ao entender como se chegou no resultado, ou se apenas estão querendo chamar sua atenção com a manchete (como eu tentei fazer, inclusive). Quando estudamos duas variáveis, e percebemos que o movimento de uma acompanha o da outra, diz-se que as variáveis são correlacionadas. Por exemplo, em dias de maior número de afogamentos nas praias os vendedores de picolés também faturam mais. Isso quer dizer que sorvetes podem fazer você se afogar? Ou que as pessoas que estão acompanhando o resgate se entretém tomando um picolé? Para esse exemplo, é fácil perceber que em dias quentes tem mais gente nas praias, que tomam mais sorvete, e que também infelizmente acabam se afogando mais. Mas tomem a notícia abaixo: http://www.minhavida.com.br/bem-estar/materias/55

O Girassol e a Lua

Se eu fosse Esopo , escreveria algo mais ou menos assim... Era uma vez uma plantação de girassóis, nos confins da Holanda. Todos os dias, seguiam a mesma rotina, acordavam cedo, com o nascer do Sol, e realizavam todas suas atividades diárias. Tiravam água e nutrientes do solo, faziam sua fotossíntese, e giravam. Sempre lá, apontando para o astro rei, desde o amanhecer até que ele se escondesse.  Todos menos um, que preferia a Lua. Baladeiro, dormia o dia todo, pra ficar acordado de noite, na boemia, seguindo a Lua.  No princípio os amigos girassóis se solidarizavam com o companheiro dorminhoco, achavam que era algum tipo de doença ou distúrbio, e davam uma força girando o festeiro em direção do Sol. Até que um dia umas formigas bem das fofoqueiras começaram a fazer futrica, perguntando porque ajudavam o cara que ficava a madrugada toda bagunçando, tocando sambas do Pixinguinha e não deixando ninguém do formigueiro dormir em paz. Pararam de ajudar, e o girassol da noite co

A Lua - Emily Dickinson

Para um dia de lua cheia, como hoje The Moon by  Emily Dickinson   (1830 – 1886) The moon was but a chin of gold A night or two ago, And now she turns her perfect face Upon the world below. Her forehead is of amplest blond; Her cheek like beryl stone; Her eye unto the summer dew The likest I have known. Her lips of amber never part; But what must be the smile Upon her friend she could bestow Were such her silver will! And what a privilege to be But the remotest star! For certainly her way might pass Beside your twinkling door. Her bonnet is the firmament, The universe her shoe, The stars the trinkets at her belt, Her dimities of blue.