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Mostrando postagens de agosto, 2012

Banzo Olímpico

Acordou cedo, para trocar o filho e levá-lo para a escola. Assim que levantou, ligou a TV e não encontrou oito canais passando esportes. Não achou nem judô, nem boxe, nem taekwondo... Nada de natação, atletismo ou Gabão x Uzbequistão no badmington. Chegou no escritório, ávido sobre as notícias e o quadro de medalhas. Foi logo ligando a internet, para acompanhar tudo ao vivo, já pensando na loucura que seria mais uma semana trabalhando e assistindo as Olimpíadas ao mesmo tempo. Não achou nada. No almoço, não estava mais passando na TV do restaurante por quilo o vôlei nem o handebol. Ninguém reclamando do vento, da falta de apoio, ou dos cavalos nos pátios das casas. Não se imaginaria mais um atleta da natação ou da maratona, treinando na academia enquanto os outros estavam comendo e engordando. Nada mais de reuniões adiadas para ver a disputa de bronze do tiro com arco... Ou as reuniões inventadas para assistir o ciclismo de estrada. À noite, não encontrou as mesas redondas,

Feliz Dia dos Pais!

Lembro-me, quando éramos novos, de esperar meu pai voltar do trabalho pra jogar bola no quintal com a gente. Ele tinha sido goleiro, e ficávamos tentando fazer gol nele.... Chegava cansado, não sei quantos empregos, e ainda achava disposição pra brincar com a gente. Quando a gente estava jogando bola na rua, ele ficava asssistindo, da janela de cima... Lá no fundo, tentava jogar melhor pra impressioná-lo. Trabalhava o dia todo, fazia plantões nos finais de semana, Natal, Ano Novo, pra poder dar pra gente tudo do melhor... presentes, roupas, comida, e principalmente, uma boa educação. Nas datas festivas, me levava na fábrica das bolas de capotão, não precisava mais que isso, era tudo que queria. Por educação, entenda-se boas escolas, curso de inglês, mas, principalmente, bons exemplos. Ele nos deu todas as "ferramentas"para sermos homens bem sucedidos, de bem.  Todos os outros meninos da rua achavam meu pai bacana, divertido. E como gostávamos disso, tínhamos orgu

O país do futebol nas Olimpiadas

Ademar Ferreira da Silva em ação Em todas as edições das Olimpíadas, a história é mais ou menos a mesma. Listam-se todos os atletas e modalidades com chances de medalhas, mas se esquecem que são chances de medalhas, e não medalhas certas. Esquecem-se que para cada Cesar Cielo, ou Robert Scheidt, ou Leandro Guilheiro, existem dezenas de equivalentes em outros países, tão ou mais competentes, lutando pelo mesmo objetivo, que é a medalha. E invariavelmente ocorrem algumas frustrações, que são imediatamente classificadas como "amareladas" ou fracassos.  A pergunta é: quantos dos que estão descendo a boca no volei feminino, no basquete feminino, no Diego Hipolito, acompanham os esportes? Quantos já foram no ginásio assistir uma apresentação deles? Quantas TVs transmitem os jogos? Quantos jornais dão destaque ao boxe, ao judô? É sempre o tal do futebol, o esporte bretão. O futebol dos atletas que ganham fortunas incompatíveis com um país como o nosso. Atletas