Fosse eu um físico teórico, iria trabalhar numa teoria mostrando que a passagem do tempo é exponencial. Já sabemos, no nível subatômico, que o tempo é relativo ao movimento do observador, mas deve ter algo mais. Porque eu tô aqui, cada dia maior e longe de ser subatômico, e as coisas passam cada dia mais rápido.
Nem adianta saber que a vida é curta, o tempo voa, todos esses clichês que, vejam só, são clichês justamente por serem verdade. Se o tempo tá passando assim tão exponencialmente mais rápido, não tem como eu aproveitar tudo nessa velocidade. Só se eu fosse o Flash.
Naquele famoso discurso do filme Um Domingo Qualquer, o coach diz que está ficando velho, e quando ficamos velhos as coisas vão sendo tiradas da gente. A saúde, os movimentos, os reflexos, as pessoas. Ele só esqueceu de contar que recebemos em troca também: sabedoria, ok, sim, mas estava pensando mais em dores, exames esquisitos e deveras invasivos, remédios de uso diário. E quanto mais velinhas no bolo, mais próximas as perdas estão ficando, logo ali na esquina...
É nesses momentos que eu busco consolo no nobre personagem Syrio Forel, de Game of Thrones.... o que dizemos pro deus da Morte? "Hoje não"... Um dia ela vai chegar, mas não pode nos levar sem uma boa briga... cuidemos pois dos nossos próximos, de nossos corpos e nossas mentes.
P.S. - Jô Soares era tão foda (sorry, não achei outro adjetivo mais pertinente) que fazia um programa incorporando dezenas de personagens, ao melhor estilo Fernando Pessoa e seus heterônimos. Na foto, o famoso bordão "Bota ponta, Telê".
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