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Mostrando postagens de março, 2018

Stephen Hawking não morreu

Stephen Hawking não morreu. Ele simplesmente se cansou de ficar imóvel naquela cadeira de rodas high tech , e resolveu ir curtir a vida. Fazia já um tempo que ele tinha descoberto como viajar pelos buracos de minhoca, aqueles mesmo que em teoria nos fariam dobrar o espaço-tempo. Foi pro futuro, transportou sua mente para um corpo novo em folha, e resolveu que iria a partir daquele momento treinar para fazer triatlo, um Ironman talvez. Entrou no crossfit , e se tornou o novo guru dos suplementos alimentares, fez comerciais para a Polishop e tudo mais. O velho Stephen não morreu. Só enjoou de ser o gênio de plantão. Ser o nerd do planeta pode demandar bastante da gente. Steph, como gostava de ser chamado, resolveu zarpar para um universo paralelo onde ele tinha 2,00m de altura, saradão e boa pinta, capitão do time de futebol americano da faculdade. Saiu com todas as garotas que teve chance, foi jogar na liga profissional, onde acumulou punições por mau comportamento, e dólare

O sorriso mais triste

Vovô Luke era uma figura e tanto. Lá pela casa dos setenta e tantos anos, quase oitenta, mantinha uma vida de dar inveja a muito garotão de sessenta. Tinha acumulado o suficiente para viver uma aposentadoria tranquila em seu rancho em Kansas. Passava o dia cuidando dos bichos e da pequena horta que cultivava, sem o menor jeito para a coisa. Era a maior horta de plantas mortas da região. Um de seus passatempos prediletos era dar conselhos e contar estórias nada politicamente corretas para seus dois netos, já adolescentes. Frequentemente os netos passavam dias por lá, só pra ver as moças indo toda arrumadas para a escola dominical, na capela do reverendo McArthur, e pra ouvir seu avô meio maluco contar o que fazia na idade deles. Luke era um senhor com o físico bem em forma para sua idade, e despertava olhares cobiçosos das senhoras nos bailes beneficentes da região, onde era presença mais que constante e especial. Havia perdido sua esposa anos atrás, de uma terrível doença, e de

O dia que o Skylab caiu

O ano foi 1979 ... Não, eu não lembrava exatamente da data, só descobri agora há pouco, quando fui pesquisar no Google. Mas o pavor .... este sim, foi real. Para quem é muito jovem, e não viveu este momento tão singular de minha infância, explico-me nos parágrafos a seguir. Lá pelos idos dos anos 70, não existia Internet, nem TV a cabo, blogs, canais do Youtube, Netflix. Existiam o bom e velho jornal impresso em papel (preto e branco, diga-se de passagem), as revistas, e o Jornal Nacional, com o Cid Moreira e o Sergio Chapelin. Além disso, a molecada gostava mesmo era de brincar na rua. Não tínhamos videogames de última geração, nem nada de bom pra assistir na TV. Então era o tempo inteiro fora de casa... Essa harmoniosa rotina foi quebrada quando, certo dia, aquela musiquinha terrível que ainda existe na Globo tocou, indicando que um boletim extraordinário do plantão do Jornal Nacional estava por vir. E a notícia não poderia ser pior: o Skylab estava reentrando na atmosfer