Tavares era programador de computadores, como diziam antigamente. Nada de analista programador, arquiteto de sistemas, engenheiro de soluções ou qualquer outro nome com mais glamour. Não conhecia linguagens da moda, frameworks para facilitar a criação de telas, reutilização de código. Era old school , raiz, programava na unha mesmo, linha de código atrás de linha de código. Não era muito introvertido, muito gordo, não comia à mesa de trabalho, não usava canetas Bic pendurados na camisa de manga curta. Um cara normal, no meio de tantos outros caras normais que trabalhavam lá, cada um em sua minúscula baia. Um belo dia Tavares pediu demissão. Saiu deixando as portas abertas, não havia brigado com ninguém, apenas recebeu uma proposta melhor. Deixou seus contatos, ainda falou com algumas pessoas mais chegadas por um tempo, mas invariavelmente perdeu o contato com todos, como costuma acontecer. Não deixou muitas lembranças, nem boas nem ruins. Anos depois, numa terça-feir...
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