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Mostrando postagens de janeiro, 2017

O tal muro

Então Trump quer construir um muro, para evitar a entrada de imigrantes ilegais. Quer deixar os mexicanos do outro lado da fronteira. Trazer as fábricas de volta, dar trabalho aos patrícios, fazer a America grande de novo, liberando as armas no caminho. Afinal, todos têm o direito de ter seu rifle automático sobre a lareira. Xenofobia e maluquices à parte, construir o muro, do ponto de vista econômico, é uma péssima ideia, da mesma forma que é a guerra ao tráfico, o protecionismo, invadir Granada. Da mesma forma que os Lakers mereciam estar numa fase melhor. E os 49ers. Por falar nisso, onde anda Joe Montana? Supondo por absurdo que o tal muro seja construído, três mil quilômetros de concreto, cortando reservas indígenas, acidentes geográficos, propriedades privadas. E assumindo que o homem da peruca vai conseguir com que o México pague-o. Porque ele vai conseguir, por meio de retiradas de benefícios, isenções, maiores impostos tributários. E que ele vai mesmo trazer as fábr

Paradoxos (2)

Bancos vivem de ganhar dinheiro dos clientes, seja através das mensalidades, seja através de taxa de juros, seja através do que der. Entra crise, sai crise, e só os bancos passam lisos. E eles querem que você acredite, em propagandas boazinhas de TV, que eles serão seus parceiros na construção da independência financeira. Nutricionistas ganharam e ganham muito dinheiro te ensinando a comer, que o certo é se alimentar de três em três horas. Agora que a moda é o jejum, nutricionistas não querem perder sua boquinha, literalmente, então tentam agora te ensinar como não comer. O tamanho do lanche daquela lanchonete famosa já era big, você comia e já ficava satisfeito. Aí o palhaço percebeu que, se lançasse um lanche extra big , por apenas um tanto de grana a mais, ganharia mais dinheiro. E fez propaganda. E você acreditou que o big não te satisfazia mais. Se o executivo cumprir a meta, ele vai ganhar seu bônus. Mas para cumprir a meta, o executivo precisa puxar tapetes

Enfrentando reuniões difíceis - uma abordagem filosófica

Reuniões fazem parte da mitologia do mundo corporativo. Grandes batalhas, que dizer, grandes histórias de reuniões intermináveis, foram retratadas nos maiores poemas épicos já escritos: Ilíada, Odisseia, Eneida, Lusíadas. Heróis foram cantados em verso e prosa, muito antes do advento da escrita aedos recitavam os feitos de um bravo cavaleiro que suportou uma reunião de 4 horas, revisitando assuntos de anos atrás, sem um mero cochilo ou copo de café. Recorrendo à sabedoria dos clássicos, dos filósofos que naquela época inauguraram o estudo do pensamento, seguem algumas dicas que o farão derrubar qualquer argumento, encurtar as reuniões, tornar-las mais produtivas. Ou que farão os outros pensarem que você simplesmente enlouqueceu: Seu chefe reúne toda o pessoal da área, dizendo que erros foram cometidos, impactando todo o workflow e acabando com a sinergia entre os departamentos, e que o feedback do dono da empresa tinha sido bastante desfavorável. Sabendo que o erro foi

Programas de TV que adorávamos, trinta anos atrás

Antes de começar, uma certa contextualização faz-se necessária. Nos longínquos anos 80, não havia Internet. Nada de Netflix, Now, Youtube, Amazon... Também não tinha TV a cabo, Videogame, só o Telejogo e mais tarde o Atari, e cada cartucho custava o olho da cara. Quem não viveu essa fase não sabe o prazer que era ir na videolocadora sexta à noite e escolher uns filmes para assistir durante o fim-de-semana, naquele videocassete Philco Hitachi quatro cabeças. A televisão era aquela de seletor analógico, e as opções de canais eram vastas: Cultura (canal 2), TVS/SBT (Canal 4), Globo (Canal 5), Record (Canal 7), Manchete (canal 9, essa já veio depois), Gazeta (canal 11) e Bandeirantes (Canal 13). Nessa enormidade de possibilidades, alguns programas eram imperdíveis: Supercine: era a chance de vermos filmes de sucesso na TV. A Globo exibia uma vinheta em dezembro anunciando os filmes do ano seguinte, e invariavelmente o mais bacana era sempre aquele que ia ser transmitido apena

Porque o esporte amador brasileiro nunca irá pra frente: um estudo de caso

Sem meias palavras, eu e todos vocês morreremos sem ver o esporte amador brasileiro prosperar. Isso na melhor das hipóteses, na mais realista o mundo vai acabar, os quatro cavaleiros do apocalipse vão varrer tudo, e mesmo assim escândalos de desvio de dinheiro continuarão. Não acreditem no papo de não ter incentivo, não ter dinheiro. Ainda mais nesse último ciclo olímpico, rolaram patrocínios de estatais, empresas privadas e tudo mais. O que não rolou foi competência e honestidade para usar o dinheiro. Sim, pois mesmo quando não há má vontade, não existe capacidade de usar o dinheiro corretamente, estimulando mais times a entrar em campeonatos, criar ligas competitivas e atrativas do ponto de vista comercial. Porque, no final das contas, é isso que fará a diferença: interesse das empresas para patrocinar, das televisões para transmitir, dos sites para noticiar. E isso só se faz com campeonatos bacanas, que atraiam o público.  Infelizmente, aqui no Brasil só se gosta de futebol