Em praia gourmet não se senta na areia. Praia gourmet tem guarda-sol, cadeiras reclináveis, banquinho para os quitutes servidos pelo serviço de bar. Nesse tipo de praia não tem barraquinha nem quiosque, é serviço de bar. Não se faz como eu fazia, sentar em cima do chinelo e estava tudo certo.
Não têm camelôs na praia gourmet. Existem vendedores do artesanato local, com os preços absurdos que tanto agradam os novos-ricos. Não se vendem pipas, queijo coalho, óculos de sol genéricos. Aliás, não se bebe cerveja. Bebe-se Chandon, em taças de plástico que as dondocas ostentam como se estivessem na própria Paris, com suas jóias e relógios de ouro.
Não existem pousadas em praias gourmets. Existem resorts, spas, lodges... obrigatoriamente com piscinas de borda infinita, com vista da praia que os hóspedes pouco frequentarão... mas nunca entrarão no mar...
Nos resorts gourmet você pode ver muitas babás... geralmente uma para cada filho. Filhos que aliás passam o dia com os recreadores, e as refeições, a hora de acordar e de dormir com as babás, enquanto os pais fazem uma massagem relaxante de um nome oriental ou indiano qualquer, ou se esbaldam nas aulas de dança na piscina, sob o som de clássicos dos ritmos tradicionais da cultura local, como "Arroxa", ou "180, 180, 360".
Sorvete no restaurante do spa da praia gourmet não é sorvete, é gelatto. Italiano, ou de qualquer outro país, como chocolate das ilhas de Madagascar e Papua Nova Guiné. Ou paletas mexicanas, produzidas em Guarulhos.... ou Osasco. Restaurante aliás onde não se pode entrar de sunga ou bermuda.... No mínimo uma camiseta da Lacoste, Polo ou superior, e óculos Oakley e Dior pendurados. Havaianas? Talvez, mas apenas se compradas fora do Brasil.
#mundochato
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